Conhecido no cenário brasileiro por várias composições, entre elas a famosa marchinha carnavalesca ‘Marcha da Cueca’ (Eu mato, eu mato / Quem roubou minha cueca / Pra fazer pano de prato…), o compositor Livardo Alves será homenageado nesta terça-feira (04), durante a inauguração da Praça Vidal de Negreiros (Ponto de Cem Réis), pelo prefeito Ricardo Ricardo Coutinho (PSB). Além da praça que será entregue à população para comemorar os 424 anos da Capital até o dia 31 a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) vai presentear a cidade com a entrega de obras orçadas em mais de R$ 9,2 milhões, que darão mais qualidade de vida à população nas áreas de infraestrututra, urbanismo, educação, habitação, cultura e esporte.
Livardo Alves será imortalizado em uma estátua em bronze, em tamanho natural, sentado em um banco de praça. A peça ficará fixada no local, próximo ao Paraíba Palace Hotel, onde ele costumava frequentar.
Orçada em R$ 1.763.148,23, a obra no Ponto de Cem Réis faz parte do Projeto de Revitalização de Praças e Parques do Governo Municipal, executado pela Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e será inaugurada com uma apresentação da cantora Elba Ramalho. Na oportunidade também será lançada uma plaquete com o histórico da praça.
Biografia Livardo Alves da Costa nasceu no dia 21 de setembro de 1935, em João Pessoa, no bairro de Jaguaribe. Em 1967 mudou-se para o bairro da Torre, para a rua José Severino Massa Espinelli, antiga rua Padre Pinto. Filho de Antônio Alves Cassiano e Júlia Alves da Costa teve quatro irmãos: Luzardo Alves, Leonardo Alves, Maria da Penha e Luis Carlos. Casado com Maria Nita Vieira Alves teve quatro filhos.
Nos anos 50 entrou para o Jornal A União, no governo de José Américo de Almeida, começando pela oficina até chegar a revisão e à redação. Em 1959, no dia 1º de julho, foi contratado pela Rádio Tabajara para participar do ‘cast’ de cantores daquela emissora, onde chegou a ser também locutor e repórter, trabalhando no departamento de rádio- jornalismo.
Destaque no cenário da música e conhecido nacional e internacionalmente pela Marcha da Cueca, Livardo Alves compôs forrós, sambas, baiões, maracatus, cocos, repentes e xaxados. Vencedor de dezenas de festivais na Paraíba e em outros Estados, considerava como mais significativo o Composição de Ouro ABC, primeiro realizado em nível nacional na Paraíba, onde foi vencedor com o samba bossanovista Pela Primeira Vez. Primeira de muitas.
Preocupado com os problemas do Brasil, lapidou com o poeta pernambucano Orlando Tejo a música Meu País, gravada por Zé Ramalho e Flávio José. Também compôs o Hino do Botafogo da Paraíba, da AABE e de outros clubes da cidade. Em parceria com Parrá, gravou O Sol, seu primeiro CD, em 1999. Em 2002 lançou o disco duplo Malandro do Morro, o último trabalho reunindo as principais canções de um vasto repertório: Brasil Moleque, Eu Dou Mil, Merda Pra Vocês, Boca do Mundo, Xote Elétrico, O Canto de Tambiá, Faroeste em Jaguaribe, Doido da Paraíba, Nêga da Paraíba, Forró Funfá, Doces Ervas, entre outras, em rebuscados arranjos do maestro Chiquito e Joca do Acordeon, atraindo músicos locais, em parcerias com compositores como Vital Farias, Junior Targino, C. Mendes, Orlando Tejo, Walter Santos, Sardinha, Carlos Mago da Viola e Rubinho da Paraíba.
Livardo Alves ainda musicou peças teatrais para grupos profissionais do Rio de Janeiro, entre elas: O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna; Acima de Bem Querer, de Luiz Marinho; Viva Cordão Encarnado/ A chegada de Lampião no Inferno, ambas formando um só espetáculo, com direção de Luiz Mendonça; e A Cara do Povo do Jeito Que Ela É, de Paulo Pontes. Falecido em 14 de fevereiro de 2002, Livardo Alves deixou a mulher, filhos, dúzias de canções, centenas de amigos e milhares de fãs.