O espírito rock and roll do pernambucano Lula Côrtes, além do paulista Alberto Marsicano, que é discípulo do músico indiano Ravi Shankar, estarão no projeto Som das 6 desta sexta-feira (14). O evento acontece no Ponto de Cem Réis, a partir das 18h. Na mesma noite, o público poderá ouvir ainda a viola caipira do paraibano Cristiano Oliveira. A iniciativa acontece semanalmente e é desenvolvida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por intermédio da sua Fundação Cultural (Funjope).
O cantor, compositor e escritor recifense Lula Côrtes está na estrada desde os anos 60. Ele define o rock como a expressão mais espontânea, vivencial e corpórea de um ritmo. Ele diz que continua seu trabalho com a regularidade fiel, pintando, escrevendo e tocando todos os dias. Tenho o prazer de compor para quase todos os nomes mais significativos da musica popular brasileira, como Zé Ramalho, Alceu Valença, Amelinha, Dominguinhos, Guadalupe, Jarbas Mariz, Daniel Beleza, Dom Tronxo, Tito Livio e outros enfatiza.
Em 1976, Lula Côrtes fez parte da banda de forrorock de Alceu Valença. O artista chegou a lançar discos antológicos, como Satwa (com Laílson), o lendário Paêbirú (dividido com Zé Ramalho) e o raríssimo O Gosto Novo da Vida, de 1980, que foi retirado de catálogo pela gravadora Ariola.
A Casa da Praia é o último trabalho pronto. Trata-se de um conto surrealista, que será lançado nos próximos meses, possivelmente junto com o novo conto A Aparição. Também está em andamento a Hora da Batalha, uma história para a juventude com uma visão futurista de uma outra Batalha dos Guararapes, segundo o autor. O livro de poemas O Amor em Preto e Branco também está para ser relançado. Lula ainda está trabalhando no conto O Retorno ao Jardim do Éden, além de poemas e composições. Também já estão prontas as composições do CD Tarja Preta, junto com o músico pernambucano Má Companhia.
Discípulo da cítara indiana O músico, filósofo, tradutor, contista e citarista Alberto Marsicano, discípulo de Ravi Shankar e Krishna Chakravarty, foi um dos tradutores de Artur Rimbaud no Brasil. Seu último CD, intitulado Sitar Hendrix onde executa versões experimentais do guitarrista foi indicado para o 49º Grammy, tendo apresentado este show em vários projetos da cidade de São Paulo.
O músico paraibano Pedro Osmar, que chegou a tocar com Alberto Marsicano, definiu o artista como um mestre. Sou fã de Marsicano desde os anos 70. Assim que cheguei em São Paulo pela primeira vez, me deparei com o mago da música indiana em discos e shows, ficando amigo dele. Ele tocou comigo no Itaú Cultural, ao lado do rabequeiro suíço Thomas Rhorer e dos músicos paraibanos que tocaram com o (movimento) Jaguaribe Carne no projeto Rumos Itaú Música, em 2003, afirmou. Para mim, Alberto Marsicano é um mestre da música indiana no Brasil e o seu primeiro divulgador, se tornando o professor dos primeiros alunos do sitar no país, acrescentou.
Viola Caipira de Cristiano Oliveira O instrumentista e compositor Cristiano Oliveira apresenta no Som das 6 o show Viola Caipira, sobre a popularização deste instrumento. A intenção é que a viola possa ser utilizada em diferentes vertentes musicais, a exemplo do samba, baião, música de vanguarda e jazz, não sendo restringido apenas à música rural.
Para Cristiano Oliveira, a iniciativa da Funjope é uma forma de popularizar diferentes vertentes musicais e colocar em evidência também o artista local. A população merece ter acesso à informação através da música e o Som das 6 abre espaço para este contato das pessoas com as artes. Por isso, acho uma iniciativa louvável, afirmou.
No show desta sexta-feira, Cristiano Oliveira será acompanhado pelos músicos Chiquinho Mino (bateria), Zé Guilherme (percussão), Jorge Negão (baixo) e Júnior Matos (acordeon). Haverá ainda participações especiais, como o ator Maurício Soares, que vai apresentar performances teatrais intercaladas com as músicas. Terá também as presenças das cantoras Gláucia Lima, na composição Ituá (parceria de Cristiano Oliveira e Acilino Madeira), e Cida Alves, que vai executar O Blues Caipira.