De um lado, as músicas de Mikhail Glinka e Tchaikovsky, escritas para óperas. Do outro, as peças de Ludwig Van Beethoven, além das composições dos brasileiros Carlos Gomes e Ciro Pereira. Esse verdadeiro passeio pela arte erudita nacional e mundial do século IX estará no repertório da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC), que se apresenta na próxima terça-feira (17), no Ponto de Cem Réis, a partir das 20h. A regência será do premiado maestro suíço Karl Martin. O evento gratuito é uma realização da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) em parceria com a Secretaria de Turismo de João Pessoa (Setur).
A vinda da OSMC à Capital paraibana faz parte da Turnê de Carlos Gomes a Luiz Gonzaga. O repertório começa com a execução da abertura da ópera Russlan e Ludmila. Parte do poema, escrito por Aleksandr Pushkin (1799-1837), que morreu antes de concluir o texto, ganhou a musicalidade do compositor russo Mikhail Glinka (1804-1857).
A sinfonia nº 8 (obra 93), de Ludwig Van Beethoven (1770-1827), também está no repertório. A peça, formada por quatro movimentos, foi feita em 1812, período conturbado pelo qual passava o compositor. Além da crescente dificuldade de audição, da saúde debilitada e do rompimento com o irmão, aquele teria sido o ano da partida da misteriosa amada imortal, cuja identidade é motivo de intensas discussões até hoje.
Piotr Ilyich Tchaikovsky (1840-1893) entra no repertório da OSMC com a Marcha Eslava (obra 31). O trabalho foi escrito em apenas cinco dias para um concerto em benefício das vítimas da guerra ocorrida entre turcos e russos. O público que for ao Ponto de Cem Réis poderá ouvir ainda a sinfonia Nabucco, uma ópera da primeira fase de Giuseppe Verdi (1813-1901). Ela foi composta tendo como enredo os judeus escravizados na Babilônia. Na verdade, tratava-se de uma apologia ao sentimento patriótico dos italianos, quando o país não era unificado.
A ópera Il Guarany, baseada no livro de José de Alencar, composta pelo brasileiro Carlos Gomes (1836-1896), também será revisitada na noite do dia 17 de agosto. Do mesmo autor, o público poderá ouvir Lo Schiavo Alvorada e Salvator Rosa Abertura.
Ainda dentro da safra brasileira de compositores, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas vai executar Gonzaguiana, de Ciro Pereira. Como o nome sugere, trata-se de uma composição baseada em temas do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
OSMC O surgimento da Sinfônica de Campinas data do início do século XX, quando a cidade de Campinas (SP) se transformou em rota obrigatória para alguns dos principais programas sinfônicos e operísticos brasileiros. O grupo é um dos mais dinâmicos do gênero no país.
Uma das propostas da OSMC é disseminar a boa música de importantes compositores nacionais e internacionais. As temporadas anuais do grupo compreendem os concertos Oficiais, Didáticos, Especiais e Populares. A característica marcante da Sinfônica de Campinas é a heterogeneidade musical. Afinal, no repertório estão obras populares e eruditas, primando pela qualidade artística e técnica.
A OSMC tem como diretor o violinista Arthur Achilles Gonçalves. O regente associado e responsável pela direção artística é o maestro Parcival Módolo. Já o regente convidado principal é o maestro Karl Martin.
Karl Martin O maestro é natural de Zurique, Suíça. Ele estudou no Conservatório de Música de Genebra. Ganhou o Primeiro Prêmio de Virtuosidade para flauta, dirigiu a orquestra da Radio Televisione Italiana (RAI) e regeu a Orquestra da Academia Santa Cecília, em Roma (Itália). No Japão, também foi responsável pela regência da Nona Sinfonia de Beethoven com a Orquestra Filarmônica de Tóquio. O currículo de Karl Martin inclui passagens por várias orquestras do mundo.