O cantor e compositor Martinho da Vila fez o sambar ganhar vida no largo do Ponto de Réis nesta sexta-feira (18), no projeto Extremo Cultural – Onde o Som Toca Primeiro. O povo, que lotou a praça, cantou e dançou junto com o sambista canções como “Vai-Vai”, “Devagarzinho”, “Madalena do Jucu”, “Mulheres”, “Canta canta minha gente” e ainda arriscou “Asa Branca” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e “Feira de Mangaio” (Sivuca e Glorinha Gadelha) que levou o público pessoense ao delírio.
[1]“É uma alegria imensa receber um sambista como Martinho da Vila que além de trazer grandes sucessos é o responsável pela democratização do samba no Brasil”, comentou o prefeito Luciano Cartaxo que compareceu no local para abraçar o sambista junto com sua esposa Maísa.
O destaque do show foi a presença de um público misto, ou seja, de todas as idades, que cantou e fez coro em várias canções de Martinho da Vila, a exemplo da servidora pública Vilma Teresa que é fã do cantor. “Uma maravilha ter esses shows aqui no centro. Deveria ter o ano inteiro”, acrescentou.
O cantor e sambista Mirandinha, que abriu o show de Martinho como Grupo Pura Raiz, disse que não tem nem palavras para explicar o que é está perto de um ícone da Música Popular Brasileira e uma pessoa como Martinho.
Nas canções “Casa de Bamba” e “O Pequeno Burguês”, Martinho da Vila foi acompanhado em coro pelo público. Com dois de seus filhos
[2]entre os músicos, Martinho da Vila passeou por vários clássicos do samba em seu show, cantando, inclusive, “Filosofia”, de Noel Rosa, ladeado por sua filha mais nova Daiane. Recentemente, o sambista gravou um disco em que celebra a obra do Poeta da Vila. Entre as músicas que mais agitaram o público, destacam-se “Ex-Amor”, “Disritmia” e “Canta, Canta, Minha Gente”. Após executar canções que remetem a Portugal, país no qual Martinho sempre se apresenta, o sambista encerrou a primeira parte do show.
O engenheiro, Romulo Passos, veio à praça com a família inteira assistir o show de Martinho da Vila e disse que sempre escutou os sambas do cantor em casa desde infância. “Ainda por cima ter a oportunidade de assistir um show desses de graça é melhor ainda”, comentou.
Como prometeu, na coletiva que deu a imprensa antes de subir no palco, o sambista terminou o show com um “Pot-Pourri”, ou um “medley”, uma mistura de músicas carnavalescas de tempos atrás.
[3]Durante a coletiva Martinho da Vila também falou de seu novo trabalho literário, “Ópera do Samba” que será lançado na França no dia 23 de janeiro pela Editora Civilizacion e que em breve chegará no Brasil.
Embora seja um compositor indutivo e sem formação acadêmica, tem uma grande ligação com a música erudita e idealizou, em parceria com o maestro Leonardo Bruno o Concerto Negro, espetáculo sinfônico que enfoca a participação da cultura negra na música erudita, participou do projeto “Clássicos do Samba”.
A vendedora ambulante Aline Albuquerque, 32 anos, disse que além de apurar um “dinheirinho extra” realizou o sonho de assistir a um show de Martinho da Vila.