O Projeto Seis e Meia encerra a programação do mês de setembro, nesta quarta-feira, dia 16, apresentando um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira, o cantor e compositor mineiro Zé Geraldo. Com 30 anos de carreira, Zé Geraldo se mantém firme em sua luta por fazer música de qualidade, mesmo que esteja à margem das grandes gravadoras e da mídia nacional. A atração local é o cantor e compositor paraibano Ricardo Fabião, que tem uma sólida carreira musical com alguns discos gravados.
O Projeto Seis e Meia é promovido sempre nas três primeiras quartas-feiras de cada mês pela Prefeitura de João Pessoa (PMJP) em parceria com a Accorde Produções. O evento recebe o apoio cultural do Ambassador Flat e dos restaurantes Cia do Chopp, Peixe Elétrico e Vila Cariri, e acontece sempre às 18h30, na Praça de Eventos do MAG Shopping, na praia de Manaíra. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia entrada) e podem ser comprados antecipadamente ou na hora do show no posto de vendas montado no primeiro piso do MAG Shopping. Informações 9134-7610.
Zé Geraldo Nascido em Rodeiro, na Zona da Mata de Minas Gerais, e criado em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, o cantor e compositor Zé Geraldo caiu na estrada cedo. Com 18 anos foi estudar e trabalhar em São Paulo, ainda com o sonho de se tornar jogador de futebol. Mas um acidente automobilístico mudou o rumo de sua história e, com pouco mais de 20 anos, suas jogadas foram transformadas em versos e canções.
Por cerca de oito anos, a vida do artista foi dividida entre os estudos, o trabalho e os palcos dos bailes da periferia paulistana nos finais de semana. ZeGê, como era conhecido nos anos 70, lançou três compactos e um LP pela gravadora Rozemblitt. Mas o rótulo romântico de ZeGê não satisfazia sua alma de artista.
Entre 75 e 78 participou e foi premiado em inúmeros festivais até gravar, em 1979, seu primeiro disco como Zé Geraldo, Terceiro Mundo (CBS). Ainda pela CBS lançou Estradas (80) e Zé Geraldo (81). Canções como Cidadão, Como diria Dylan e Senhorita, indispensáveis no repertório de seus shows, fazem parte desta primeira safra de gravações, assim como Rio Doce, com a qual Zé Geraldo participou do Festival MPB-Shell de 1980, e Milho aos Pombos, que tornou o artista conhecido em todo o Brasil no mesmo festival promovido pela Rede Globo, em 1981.
Com mais de 30 anos de carreira, Zé Geraldo tem 16 discos lançados, fora coletâneas e compactos. Com o Duofel lançou o CD Acústico (1996/Paradox) e com o amigo de muitos anos, Renato Teixeira, gravou O Novo Amanhece (2000/Kuarup). Seu 14º CD, Tô Zerado, foi relançado em 2004, pelo Sol do Meio Dia.
O primeiro DVD de Zé Geraldo, Um Pé no Mato Um Pé no Rock, foi lançado em junho de 2006. Gravado ao vivo em 2005, no Teatro do Sesc Pompéia, em São Paulo, também saiu em CD. No ano passado Zé Geraldo lançou o CD Catadô de Bromélias, o 16º de sua carreira, pelo seu próprio selo Sol do Meio Dia, com distribuição Unimar Music. O álbum conta com 10 faixas inéditas, sendo Na Barra do seu Vestido, uma parceria com Zeca Baleiro, As Canções do Embornal, parceria com Tavares Dias, e Última Reza, de sua filha, também cantora e compositora, Nô Stopa. Além de trazer uma versão de um clássico de Bob Dylan, um dos grandes ídolos de Zé, Mr. Tambourine Man.
Zé Geraldo já se apresentou algumas vezes nos Estados Unidos e Canadá, onde foi bem recebido por brasileiros e latinos. No Brasil, seus versos são cantados em uníssono por um público fiel, que acompanha seus shows em diversos espaços.
Ricardo Fabião Em novembro de 1984, no ginásio do Lyceu Paraibano, o grupo de rock paraibano Mixto Quente fazia sua estréia. Um dos seus componentes era Ricardo Fabião. Este evento marcou o início de sua carreira artística. No ano seguinte, em abril, o grupo passou a se chamar Limousine 58 e, meses depois, foi lançado o LP Marcou Geral. Dentre as músicas mais executadas nas rádios estavam Mistério e a faixa-título Marcou Geral, ambas de Ricardo Fabião. O grupo Limousine 58 se desfez dois anos depois do lançamento do seu disco.
Em 1987, já em carreira solo, Ricardo Fabião iniciou a gravação do seu próprio disco, o que só foi concluído dois anos depois. Devido à falta de apoio e patrocínio, o LP recebeu o nome de Independente, com destaque para as músicas Enquanto der e Nega.
Sempre muito eclético artisticamente, em 1991 Ricardo participou do disco Folia de Rua com uma música de sua autoria, Filhos da Alegria, o que deu origem ao bloco do mesmo nome. Dois anos depois, expandindo um pouco mais seus horizontes, lançou um CD em estilo gospel, intitulado Aprendiz.
Em 1998 lançou o CD Fragmentos, reunindo alguns de seus sucessos e trazendo muitas outras músicas inéditas. Em março de 2001 lançou Livro de Ninguém, seu primeiro trabalho literário. Atualmente, além de dirigir o musical Arco-Íris: Terra dos Sonhos, de sua autoria, ele prepara-se para lançar seu segundo livro Remorso e iniciar a gravação do seu quinto CD, que será intitulado Mais que Palavras.