Prefeitura inaugura no Parque da Lagoa praça símbolo do enfrentamento à violência contra a mulher

Por Carolina Queiroz - em 1191

“O enfrentamento da violência contra mulher é uma luta diária árdua, mas necessária e deve ser abraçada por toda sociedade”. O discurso emocionado é da secretária Lídia Moura, da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM), durante a inauguração da Praça das Mulheres, localizada no Canteiro dos Ipês, no Parque da Lagoa, na manhã desta quinta-feira (30).

O ato solene, uma iniciativa da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), foi organizado pela SEPPM e ocorre dentro da programação que marca o Dia Internacional de não Violência contra as Mulheres, lembrado sempre no dia 25 de novembro. A praça recebeu seis placas simbólicas com nomes de mulheres vítimas da violência – cinco assassinadas e uma sobrevivente.

Segundo Lídia Moura, esta é mais uma ação implementada pela gestão municipal na luta pelo enfrentamento à violência contra a mulher em João Pessoa. “A reverência a essas mulheres é importante porque, além do respeito à memória destas mulheres vítimas de uma prática machista e violenta, simboliza a resistência de quem conseguiu sobreviver a ela”, ressaltou.

A secretária cita a placa em homenagem a Laisa Batista do Nascimento, de 23 anos, que sobreviveu às inúmeras violências sofridas. “Essa placa simboliza o renascer. Ela chama a atenção para quem sofre e resiste à violência”, destaca. Lídia também falou sobre o local escolhido para a praça. “É uma área nobre que dá visibilidade para o problema que é concreto, algo muito triste. É uma ação que clama para que a população também se engaje na luta pelo fim desta violência”.

A escolha dos seis nomes das placas expostas no canteiro atendeu o critério de maior brutalidade, os casos mais emblemáticos. Segundo a secretária da SEPPM, o desenvolvimento de toda a ação contou com a participação de entidades que lutam no cotidiano pela causa, a exemplo do movimento ‘Mães na Dor’.

Hipernestre Carneiro, integrante do grupo e mãe da estudante Aryane Thaís, uma das vítimas, falou em nome dos familiares presentes na inauguração da praça. “Este espaço simboliza nossa luta por justiça. A violência precisa acabar”, ressaltou.

Destacando o slogan ‘Nascer e Renascer: pelo empoderamento das mulheres’, cada placa recebeu da vítima assassinada e o ano do crime. São elas: Rebecca Cristina Alves Simões, 15 anos, ano 2011, bairro de Mangabeira, suspeito é o padrasto que está preso; Germana Clara Sá Marinho, 28 anos, assassinada em frente dos filhos, 2014, no bairro de Tambiá; Fernanda Ellen Miranda Cabral, 11 anos, morta em 2013 e enterrada no quintal, no bairro Alto do Mateus; Aryane Thaís Carneiro de Azevedo, grávida, 21 anos, assassinada em 15 de abril de 2010; Vivianny Crisley Viana, 29 anos, morta ao sair de um bar no bairro dos Bancários, em 2016; e Laisa Batista do Nascimento, 23 anos, do Bessa, que sobreviveu aos vários tipos de abusos e hoje está sob medida protetiva.

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