‘Silvia, Paixão Além das Palavras’ e ‘Orlando, a Mulher Imortal’ no Estacine

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A Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, dedica março à exibição de filmes sobre escritoras de grandes obras ou que tiveram a própria vida transformada em enredo. Neste sábado (23), a atração é “Sylvia, Paixão Além das Palavras”, uma cinebiografia da poetisa e romancista norte-americana Sylvia Plath, com Gwyneth Paltrow no papel principal. Já no domingo (24), a atração é o drama “Orlando, a Mulher Imortal”, baseado na obra homônima de Virginia Woolf. As sessões são gratuitas, às 16h, na Sala de Audiovisuais da Torre Mirante.

Mostra Mulheres Escritoras – Suas Vidas – O projeto Estacine traz neste sábado (23) “Sylvia, Paixão Além das Palavras” (Sylvia, Reino Unido, 2003, 1h50 min., 14 anos). Nascida em Boston, Estados Unidos, em 1932, Sylvia foi viver na Inglaterra na década de 50. A sua poesia assume uma ironia mórbida à medida que fala da natureza, das suas experiências como mulher casada e mãe (casou-se com o poeta inglês Ted Hughes depois de conhecê-lo na faculdade), bem como das suas diversas tentativas de suicídio frustradas.

Sua obra ainda descreve a violência e as inquietações da mente humana. Publicou seu primeiro e único romance, “A Redoma de Vidro” (The Bell Jar), em 1963 sob o pseudônimo de Victoria Lucas, reeditado três anos depois, com o verdadeiro nome da autora. O livro, semiautobiográfico, traz um detalhamento da luta travada pela autora contra a depressão.

A tragédia pessoal de Plath remete à tragédia primordial do ser humano, que é, em última análise, a de precisar o vazio da existência. Na madrugada de 11 de fevereiro de 1963, Sylvia decide pôr fim à vida, aos 30 anos. Todo o drama existencial da escritora, expresso pela competente atuação de Gwyneth Paltrow, representa uma fração do sofrimento experimentado por quem se sente aprisionado no estágio mais agudo da doença da alma.

Mostra Mulheres Escritoras – Suas Histórias – Estrelado pela atriz inglesa Tilda Swinton, “Orlando, a Mulher Imortal” (Orlando, Reino Unido, 1992, 1h32 min., 12 anos) é baseado da obra de Virginia Woolf. Dirigido por Sally Potter, o filme apostou num risco que virou trunfo: levou para o cinema um dos romances mais difíceis de adaptar da autora, sem perder a sua aura irônica e absurda. Para isso, nada melhor que a andrógina Tilda para o papel principal, visto que o personagem Orlando nasce homem e experimenta a mudança de sexo ao longo da passagem dos séculos.

Orlando, um dos rapazes mais queridos pela rainha Elizabeth I, recebe dela uma dádiva: nunca envelhecerá. O jovem obedece, não deixando transparecer em seu corpo – objeto central do filme – as marcas dos anos, tirando o fato de que o imortal Orlando acaba se tornando mulher.

A rainha Elizabeth I, conhecida por ser uma figura de pulso firme, é interpretada por Quentin Crisp, ícone gay dos anos 70. A brincadeira (e confusão) entre gêneros abre espaço para a crítica ao preconceito contra a ascensão da mulher nos espaços de poder daquela época, quando até mesmo os homens exploravam artimanhas femininas, como saltos, penteados armados e maquiagem para se afirmar. Esta é uma arma utilizada com generosidade pela diretora, que não chega a dever ao livro. Discutindo desde a questão da androginia até o homossexualismo, o longa mostra como a busca masculina pelo belo no feminino nem sempre foi tão clara assim.

Serviço:

Projeto Estacine

Data: sábado (23)

Filme: “Sylvia, Paixão Além das Palavras”

Data: domingo (24)

Filme: “Orlando, a Mulher Imortal”

Horário: 16h

Local: Sala de Audiovisuais da Estação Cabo Branco

Sessões gratuitas

Fones: (83) 3214-8303 / 8270

www.joaopessoa.pb.gov.br/estacaocb

Twitter: @estacaocb