Exposição de Burle Marx será aberta nesta terça, na Estação Cabo Branco

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“Burle Marx – A Figura Humana na obra em desenho” é o nome da exposição do artista plástico Burle Marx que será aberta nesta terça-feira (28), a partir das 19h, no segundo pavimento da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano. A exposição ficará aberta para visitação pública de terça à sexta-feira, das 9h às 21h, e sábados e domingos das 10h até 21h.

A exposição tem a curadoria de Ianara Costa Hass, produção de Roberto Padilla, com curadoria local da artista plástica Lúcia França. “Burle Marx – A Figura Humana na obra em desenho” passou um período no Museu Nacional dos Correios, em Brasília, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, e no Recife, em itinerância viabilizada pelo patrocínio dos Correios.

A diretora geral da Estação Cabo Branco, Marianne Góes, disse que essa exposição é importante não apenas para a Estação Cabo Branco, mas para cidade de João Pessoa, uma vez que dá oportunidade aos pessoenses verem uma exposição de alto nível gratuitamente.

O projeto expositivo é composto de 120 desenhos do artista, produzidos de 1919, aos dez anos de idade, até 1951. Parte integrante e inédita do acervo com mais de três mil peças do Sítio Roberto Burle Marx/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)/Ministério da Cultura (MinC), esses desenhos sintetizam o período inicial de sua produção no campo das artes plásticas, marcado pelo ensino acadêmico.

Feitas sobre papel em carvão, grafite, nanquim, lápis de cor, crayon, giz de cera, hidrocor e guache, as obras expostas se subdividem em três conjuntos. No primeiro deles, há retratos, nus e esboços de figuras, nos quais se percebe a passagem de preocupações relacionadas ao domínio técnico, como o uso do claro-escuro e a proporcionalidade do corpo humano, ao desenvolvimento de uma linguagem própria, inspirada pelo traço cubista e já próxima da abstração, da qual se depreende a generosidade de seu olhar a respeito do ser humano.

O segundo conjunto contempla diversas cenas cotidianas, nas quais cadeiras, mesas e copos denotam a ambiência de bares e restaurantes. Personagens recorrentes, como fuzileiros, marinheiros e jogadores de bilhar, participam de uma atmosfera comum a esses locais de convivência e entretenimento. Por fim, o terceiro conjunto é composto de 15 desenhos feitos numa viagem ao Nordeste brasileiro em 1932 e têm como tema cenas urbanas e rurais, com ênfase nas espécies vegetais encontradas pelo artista.

Esta quarta apresentação de “Burle Marx – A figura Humana na Obra em Desenho” faz parte do ciclo “Estação Ambiental”, desenvolvido pela Estação Cabo Branco e composto de exposições de obras de artistas ligados ao meio ambiente. A oportunidade dada ao público pessoense de fruir o acervo pertencente Sítio Roberto Burle Marx/Iphan/MinC ocorre após mostras de Frans Krajcberg e Margaret Mee, ambas de ampla acolhida.

Quem é Burle Marx – Conhecido internacionalmente como um dos mais importantes arquitetos paisagistas do século 20, Roberto Burle Marx estudou pintura em Berlim, na Alemanha, no final dos anos 1920. Lá, ele era frequentador assíduo do Botanischer Garten Und Botanisches Museum Berlin-dahlem, o mais antigo jardim botânico alemão, fundado no século 17 como um parque real para flores, plantas medicinais, vegetais e lúpulo (para a cervejaria do rei).

Esse jardim foi reformado no início do século seguinte e se tornou um dos mais importantes centros de pesquisa em botânica da Europa. Foi lá, a mais de 10.000 km de sua casa no Rio de Janeiro, que o rapaz de 19 anos notou pela primeira vez a beleza das plantas tropicais e da flora brasileira.

Burle Marx destacou-se também como pintor, escultor, tapeceiro, ceramista e designer.

De volta ao Brasil, ele continuou seus estudos na Escola de Belas Artes, no Rio. Os jardins planejados por Burle Marx eram comparados a pinturas abstratas, alguns bem curvilíneos, outros de linhas retas, usando plantas nativas brasileiras para criar blocos de cor.

Além de paisagista de renome internacional, ele também foi um pintor notável, escultor, tapeceiro, ceramista e designer de joias.

Seu primeiro projeto paisagístico foi o jardim de uma casa desenhada pelos arquitetos Lucio Costa (que projetou Brasília) e Gregory Warchavchik, em 1932. Dali em diante não parou mais de projetar paisagens, pintar e desenhar.

Em 1949, Burle Marx comprou uma área de 365.000 m2 em Barra de Guaratiba, no Litoral do Rio de Janeiro. Ali começou a organizar sua enorme coleção de plantas. Em 1985 ele doou a propriedade à Fundação Pró-Memória Nacional, entidade cultural do governo federal que atualmente se chama Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Hoje em dia pode-se encontrar um jardim ou uma estufa projetados por Burle Marx em várias partes do mundo, como em Longwood Gardens (Filadélfia), na Universidade da Califórnia, na cobertura da sede de um banco paulista, no aterro do Flamengo (Rio de Janeiro), em Caracas (Venezuela).

Mesmo sem ter uma educação formal em arquitetura paisagística, o aprendizado de Burle Marx na pintura influenciou a criação de seus jardins. Ele aceitava, embora de forma relutante, que “pintava” com as plantas. Mas seu trabalho não pode ser reduzido ao efeito pictórico e visual produzido por suas paisagens. Marx se auto definia como um artista de jardins.

Conhecido por sua preocupação ambiental e pela preocupação com a preservação da flora brasileira, ele inovou ao usar plantas nativas do Brasil em suas criações e isso se tornou sua característica marcante. Foi ele quem valorizou as bromélias, por exemplo, e tornou-as populares: hoje essas plantas naturais da Mata Atlântica se tornaram conhecidas e são cultivadas em viveiros para serem vendidas. O “estilo Burle Marx” tornou-se sinônimo de paisagismo brasileiro no mundo.

Serviço:

Exposição “Burle Marx – A Figura Humana na Obra em Desenho”

Abertura: terça-feira (28)

Hora: 19h

Horário de visitação: terça a sexta-feira de 9h às 21h. Sábados e domingos das 10h às 21h.

Local: segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Av. João Cirilo da Silva, s/n, Altiplano – Fones: 3214-8270/8303

www.joaopessoa.pb.gov.br/estacaocb

Face: https://www.facebook.com/estacao.cabobranco-

Twitter: @estacaocb

 

Contato para imprensa:

Curadora – Lúcia França – 9951.8655

Email: luciafranca1001@gmail.com