Teatro de bonecos populares é atração do projeto Artecultura nesta sexta

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A arte ancestral do teatro de mamulengos, oubabau como popularmente são conhecidos os bonecos de madeira, será apresentada para 40 alunos do Centro de Educação Infantil de Mari, nesta sexta-feira (7), às 14h30, no hall da Estação das Artes, no Altiplano. O Babau Joaquim Guedes, do Bairro dos Novais, é a atração da semana do projeto Artecultura, elaborado pelo setor de Gestão Educacional da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, para entreter a garotada com workshops e maratonas de oficinas artístico-pedagógicas.

O teatro de bonecos chegou ao Brasil pelas mãos dos colonizadores em meados do século XVI, como instrumento de doutrinação religiosa. Consolidou-se no Nordeste, fixando-se especialmente em Pernambuco, sendo batizado na Paraíba como babau. Por meio desta arte os seus manipuladores podem transmitir ao público uma mensagem, impregnada geralmente de temáticas sociais.

Babau Joaquim Guedes – Um dos maiores expoentes do babau na Paraíba foi o mestre Joaquim Guedes da Cunha Rêgo. Ainda aos 9 anos, começou a fabricar as suas primeiras figuras entalhadas em coco verde, encantado após assistir a uma apresentação pública de mamulengos.

Daí em diante, passou a usar madeira de imbaúba, mulungu e jangada para dar vida a um acervo de 65 personagens, como os célebres Coronel João Redondo, Nêgo Benedito, Padre João do Queixo Fino, a Cobra, o Pelotão de Soldados, Quitéria (a mãe de Benedito), a Alma e tantos outros que construiu até o fim da vida.

Desta atividade o mestre não tirou nenhum retorno senão a alegria da plateia colhida nas apresentações, chegando a morrer em situação de absoluta pobreza em 2002, vítima de câncer na garganta, agravado por problemas com o álcool. Seu legado, no entanto, ainda passa literalmente pelas mãos de numerosos titereiros, que mantêm viva a tradição do babau em João Pessoa, e consagraram os seus personagens. Um deles é o seu próprio filho, Edvaldo Nascimento da Cunha, o Mestre Vavau, que domina a arte desde os 11 anos e hoje manipula 40 bonecos.

“É uma arte que chamamos de brincadeira, transmitida de geração em geração. Tem uma estória baseada na cultura popular que narramos para o público, sobre a qual improvisamos de acordo com cada realidade onde estamos”, conta Vavau. Hoje as apresentações, apesar de escassas, carregam o clima de interior que acomodam as pessoas de todas as idades na plateia. “Antes acontecia o que chamávamos de ‘passar o chapéu’ durante os números. Era quando um olhava para o outro e achava que ‘aquela ocasião’ merecia uma brincadeira de babau – e assim montávamos a encenação”, lembra. Atualmente, as mensagens trazem um conteúdo edificante, ainda que alegre e carregado de anedotários, em vista do público infanto-juvenil frequentador.

Serviço:

Projeto Artecultura apresenta Teatro de Babaus Joaquim Guedes
Data: sexta-feira (7)
Horário: 14h30
Local: hall da Estação das Artes
Informações: 3214-8303/8270
Contato p/ imprensa: Edvaldo Nascimento (Mestre Vavau: 8848-7340)

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Twitter: @estacaocb