Estação Cabo Branco exibe “A fita branca” e “O nome da rosa” no fim de semana

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13O projeto Estacine, da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, abre, neste sábado (5), a Mostra Alemanha no Século XX, com o filme europeu “A fita branca”. Já no domingo (6), tem “O nome da rosa”, adaptação do grande clássico do linguista Umberto Eco, com Sean Connery, pela Mostra Tabu. Esta sessão, cuja obra alcançou ampla discussão sobre os paradoxos éticos vividos dentro da Igreja Medieval, será comentada pelo professor de Ciências da Religião da UFPB, André Carlos Cavalcanti, e pelo especialista em cinema Andrés von Dessauer. A entrada é gratuita e os filmes começam sempre às 16h, no miniauditório1 da Estação das Artes.

“A fita branca” – (Das Weiße Band – Eine deutsche Kindergeschichte, França/Itália/Áustria, Alemanha, 2009, 2h24 min.). Em “A fita branca”, Palma de Ouro no Festival de Cannes, o diretor austríaco Michael Haneke reflete sob o período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial e procura a origem do crime de ódio mais filmado e analisado do século XX, o Holocausto.

Estamos em um vilarejo na Alemanha às vésperas da Primeira Guerra, e o vínculo com o nazismo é montado já na fala do narrador, que conta que ali, pequenos eventos prenunciam o que aconteceria com o país todo, anos depois.

O primeiro mistério é impactante: o médico local está voltando para casa a cavalo, quando um arame esticado entre cercas rurais derruba o animal, ferindo o doutor gravemente. Não se encontra o culpado pelo crime. Tempos depois, o filho deficiente do barão local se torna a próxima vítima. Em comum, os crimes assumem a forma de castigo. Existe algo escondido ali, e não é só a identidade do criminoso.

O fato é que a punição, embalada como disciplina, está enraizada no vilarejo – e a fita branca do título, que o pastor local força dois de seus filhos a usar como sinal de vergonha por pecados cometidos, é obviamente a antevisão da futura etiquetação antissemita de judeus nos princípios da Segunda Guerra. Costuma-se crer que Hitler chegou ao poder auxiliado pelo rancor que os alemães sentiam após a devastação do país na Primeira Guerra, mas para Haneke, o embrião do mal é anterior.

“O nome da rosa” – (Le nom de la rose, França/Itália/Alemanha, 1986, 2h11 min.). O filme retrata a história da investigação de uma série de assassinatos ocorridos em um monastério na Itália medieval (sete monges são mortos de maneira insólita, no período de sete dias e noites).

Um monge franciscano, Willian de Baskervile (Connery), ex-inquisitor, chega ao mosteiro para participar de um conclave que decidiria se a Igreja doaria parte de suas riquezas, mas diante dos assassinatos desvia sua atenção e começa a investigar o caso acompanhado pelo seu discípulo, o noviço Adso de Melk (Christian Slater).

Willian usa métodos de pesquisa sofisticados para reunir as provas necessárias e busca pistas desprezadas pelos demais. No filme, ele representa o intelectual renascentista, em contraposição aos franciscanos, que enxergam uma força demoníaca atuando por trás dos estranhos crimes.

Serviço:

Projeto Estacine

Mostra Alemanha no Século XX
“A fita branca”
Data: sábado (5)

Mostra Tabu
“O nome da rosa”
Data: domingo (6)

Horário: 16h
Local: miniauditório1 da Estação das Artes
Informações: 3214-8270/8303

Sessões gratuitas