Violência doméstica é discutida com mulheres comerciantes do quatro 400

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seppm_acao_440_foto_rafaelqueiroz_ (52)Quando ‘Margarida’ passou entre os corredores, com lágrimas nos olhos e um hematoma roxo no lado direito do rosto, muita gente parou para ver quem era aquela mulher agredida, sofrida e que precisava de ajuda. Margarida era mais uma vítima da violência doméstica. Sua história encenada pela atriz Maria Bethânia fez parte das atividades promovidas pela Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM) no Shopping Popular quatro 400, na tarde desta quarta (16), para chamar atenção para a questão da violência doméstica.

“Nossa proposta foi não só chamar atenção das comerciantes e do público para o problema da violência doméstica e familiar, como também divulgar os serviços de apoio e assistência para as que estejam em situação de violência, ou que queiram ajudar outras mulheres que vivenciam tal situação. O resultado foi muito bom, porque conseguimos sensibilizar e chegar perto de algumas delas”, comentou Verônica Rodrigues, coordenadora de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher da SEPPM.

A atriz que interpretou Margarida chamou atenção das comerciantes e provocou uma discussão sobre o tema e até a manifestação de solidariedade por parte de algumas mulheres.

Carmelita Alves Ribeiro, de 47 anos, foi uma delas. A comerciante afirmou que não pensou duas vezes antes de amparar a atriz, imaginando que a cena seria real. “Fui ajudá-la porque já passei por isso, mas me libertei há 14 anos”, conta ela. Casada aos 17 anos, após três anos de relacionamento, começou a sofrer violência constante do companheiro. Sem apoio da família, ela mudou para São Paulo com o marido, teve quatro filhos e a violência continuou. “Minha mãe dizia: ruim com ele, pior sem ele”, conta. Com o apoio da empresa em que trabalhava, recebeu os direitos trabalhistas e voltou para João Pessoa com os filhos. Aqui, buscou ajuda na delegacia e nunca mais foi abordada pelo ex-marido.seppm_acao_440_foto_rafaelqueiroz_ (76)

Além da encenação, a ação desta quarta contou com uma roda de diálogo e com um lanche compartilhado com as comerciantes. A atividade, que teve a participação da equipe do Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra – serviço de atendimento às mulheres vítimas de violência da Capital – está inserida no calendário de ações promovidas para as comerciantes em alusão aos 10 anos de fundação do quatro 400.

Novas atividades estão previstas para o dia 23, com uma ação na área de Saúde, Direitos Sexuais e Reprodutivos, e no dia 30, com festa comemorativa e apresentação cultural.