Secretaria das Mulheres dialoga com trabalhadoras inseridas na EJA

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Uma equipe da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM) se reuniu com as trabalhadoras domésticas inseridas na sala de aula da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede pública de educação do Município de João Pessoa. O encontro aconteceu na noite desta quarta-feira (20), na Escola Municipal Luiz Augusto Crispim, no Bairro dos Ipês, na Capital, e teve como objetivo iniciar um trabalho de sistematização da experiência iniciada com as trabalhadoras do setor em 2012.

O projeto desenvolvido com as domésticas faz parte de uma ação da Coordenação de Educação Inclusiva da SEPPM em conjunto com a Secretaria de Educação do Município (Sedec) e com o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de João Pessoa. A proposta é contribuir na elevação da escolaridade das que estão há muito tempo fora das salas de aula.

“Queremos acompanhar de perto o andamento desse projeto que está permitindo a que muitas mulheres, trabalhadoras domésticas, voltem à sala de aula, retomem seus estudos e possam vislumbrar novos projetos de vida ou mesmo melhorar as relações de trabalho e no cotidiano”, ressalta Edna Silva, coordenadora de Educação Inclusiva.

A trabalhadora doméstica Rita Maria de Jesus, de 59 anos, conta que estudou até a 8ª série (atualmente o 9º ano) do Ensino Fundamental, mas que não lembrava mais de muita coisa e tinha problemas com a escrita. Frequentando a sala da EJA desde o início de 2012, ela diz que hoje se sente mais segura e confiante com os novos aprendizados. “Agora já consigo escrever melhor”, comemora.

A amiga Maria José Bernardo, de 52 anos, começou a frequentar a sala de aula no início deste ano. Desde que largou os estudos na 4ª série (hoje 5º ano) do Ensino Fundamental, Maria não freqüentava a escola. “Hoje me sinto mais animada, chego em casa faço as tarefas da escola e leio um pouco”, diz ela.

Se voltar a aprender passou a ser estímulo para o retorno à escola, o cansaço ainda é o grande desafio na rotina de estudos dessas mulheres. Em um primeiro questionário realizado com as sete alunas da Escola Luiz Augusto Crispim, a maioria aponta o ‘cansaço’ como o maior desafio a ser enfrentado para continuar os estudos.

A professora Dafiana do Socorro explica que no início do ano outras 13 mulheres estavam matriculadas na sala dedicada às alunas trabalhadoras domésticas, mas que muitas acabaram não frequentando as aulas.  “Elas enfrentam outros desafios além do cansaço. Muitas vezes moram um pouco mais longe e também sempre precisam voltar cedo para suas comunidades”, comentou.

A partir do primeiro questionário de avaliação, e com o reinício do diálogo com as domésticas, a Secretaria das Mulheres fará agora um acompanhamento sistemático com as trabalhadoras, e deverá se reunir com as equipes da EJA da Sedec para analisar o momento do projeto e apontar novas propostas que possam beneficiar o momento de retorno dessas mulheres à sala de aula.