Luciano Cartaxo usa as redes sociais para lamentar a morte de Ariano Suassuna e decreta luto oficial

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O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, usou as redes sociais, nesta quarta-feira (23), para lamentar a morte do romancista, poeta e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna. Na postagem, o gestor destacou a importância do autor de clássicos como O Auto da Compadecida e A Pedra do Reino para a divulgação da cultura popular do Estado e do País. Cartaxo também decretou luto de três dias em homenagem ao artista, nascido em João Pessoa. Ariano morreu no Recife (PE), aos 87 anos, em decorrência de complicações por causa de um AVC hemorrágico.

Ariano Vilar Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927. Em suas famosas aulas espetáculo ele costumava brincar dizendo que, apesar da necessidade de se vestir formalmente a cada vez que retornava ao Palácio da Redenção, entrou pela primeira vez nu na sede do Governo do Estado, local do seu nascimento. Ariano era filho do João Suassuna, então presidente da Paraíba na época do seu nascimento, cargo equivalente ao de governador.

Radicado no Recife (PE) desde a sua juventude, Ariano Suassuna ocupava até pouco tempo o cargo de secretário de assessoria do Governo de Pernambuco. O romancista era defensor ardoroso da cultura nordestina e crítico ferrenho dos estrangeirismos. Foi um dos criadores do Movimento Armorial, na década de 1970, projetando nomes como o do multiartista pernambucano Antônio Carlos Nóbrega.

Ariano nasceu em João Pessoa, na época em que a cidade ainda se chamava Paraíba. Quando o seu pai deixou o governo, em 1928, levou a família para morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida. Com a Revolução de 1930, João Suassuna foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde Ariano morou de 1933 a 1937. Esse período influenciou profundamente o artista. Lá, ele viu pela primeira vez uma peça de mamulengos e o desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” marcou sua produção teatral.

Ariano Suassuna foi morar no Recife em 1942, onde terminou os estudos e deu início à sua carreira no teatro. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. A sua peça mais famosa é O Auto da Comparecida, que rendeu adaptações bem-sucedidas para a TV e o cinema, popularizando personagens como João Grilo e Xicó, símbolos da esperteza do sertanejo.