Estação Cabo Branco está de luto pelo falecimento do escultor Abelardo da Hora
As bandeiras da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes amanheceram a meio mastro pelo falecimento de um dos maiores escultores brasileiro. Abelardo da Hora, autor da série de esculturas “Mulheres”, que embelezam os jardins da Estação e dão vida ao complexo arquitetônico, faleceu aos 90 anos, na manhã desta segunda-feira (22), 8h45, em Recife (PE).
A diretora da Estação Cabo Branco, Marianne Góes, lamentou o falecimento do artista e disse que as obras de Abelardo da Hora se confundem com a própria Estação. “Perdemos um grande artista, mas suas obras ficam eternizadas em nossa cidade”, comentou.
O escultor não resistiu a um edema pulmonar, após passar mais de 15 dias internado no hospital Memorial São José. Neste ano ele já havia sido internado várias vezes com problemas respiratórios.
Por telefone, o filho Abelardo da Hora, disse que o pai foi um guerreiro. “Ele lutou até o fim. Mas, infelizmente não resistiu”, lamentou Abelardo da Hora Filho, que administra o Instituto Abelardo da Hora e o acompanhava em suas atividades artísticas.
Uma de suas últimas exposições em João Pessoa foi “Amor e Solidariedade”, em maio de 2010, na Estação Cabo Branco, que marcou também os 60 anos de arte do escultor, pintor, gravador, ceramista, desenhista e escritor bastante conhecido por suas grandes obras em bronze e pedra espalhadas em várias fachadas de prédios e edifícios de João Pessoa e Recife.
A curadora geral da Estação Cabo Branco, Lúcia França, uma das responsáveis pela vinda de Abelardo para Estação Cabo Branco, também lamentou o falecimento do artista. Abelardo da Hora é um dos poucos escultores expressionistas de vulto que estava em plena atividade no País. “Ele foi um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular e o mentor da ideia básica anos antes de sua realização, calcando grande parte de sua vida no ensino gratuito de arte aos novos talentos e na integração de todas as artes em uma espécie de universidade aberta”, comentou a curadora.
Obras na Estação Cabo Branco – Seis obras compõem o acervo artístico da casa, a série “Mulher Objeto de Repouso”, que se encontram espalhadas no jardim e espelho d´água da Torre Mirante. Algumas podem ser tocadas e proporcionam maior interação do público com a arte. As obras exploram a sensualidade feminina. Feitas de bronze e concreto, as mulheres esculpidas pelo artista nesta fase se caracterizam pelo seu traçado sinuoso e extrema originalidade nas soluções de volumetria e forma. O lado expressionista do início da carreira ainda permanece no leve exagero das proporções de seios, mãos e coxas destas esculturas.
Artista – Abelardo da Hora nasceu em 1924. Era natural de São Lourenço da Mata (PE). Formado pela Escola de Belas Artes do Recife, conviveu com nomes como Vicente do Rêgo Monteiro e Hélio Feijó. Vanguardista, foi um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife e um dos precursores da arte cinética no País. É mestre de toda uma geração de artistas pernambucanos de renome, partindo de Francisco Brennand até José Cláudio, Corbiniano Lins, Guita Scharifker, Gilvan Samico, Wellington Virgolino, entre outros.
As obras de Abelardo da Hora estão espalhadas por todo o mundo: China, França, Estados Unidos, Suíça, Rússia, e na antiga Tchecoslováquia. No Brasil integra os acervos do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu do Solar do Unhão na Bahia, Museu de Arte de São Paulo (MASP) (Coleção Pietro Maria Bardi), Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo (USP), Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) do Recife e em inúmeras coleções particulares.
Realizou exposições individuais e coletivas em países da Europa, Mongólia, Argentina, Canadá e Estados Unidos (EUA) (incluindo individual na Biblioteca do Congresso). Diversas vezes premiado em Salões de Artes Plásticas em todo o País, desde a década de 50 é delegado em Pernambuco da Secção Brasileira da Internacional de Artes Plásticas ligada à Unesco, além de ser um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores (ABDE) em Pernambuco.
A referência bibliográfica sobre Abelardo da Hora é vasta. Vai desde as maiores enciclopédias do país (Delta Larrousse e Barsa) até trabalhos importantes sobre a Arte Brasileira, como o livro ‘Expressionismo no Brasil – Heranças e Afinidades da Fundação Bienal’ (1985), ‘A Coleção Arte no Brasil’ da Editora Abril, ‘História Geral da Arte no Brasil’, com coordenação de Walter Zanini, dentre muitos catálogos e livros nacionais e internacionais.
Serviço:
Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes
Visitação: Terça-feira à sexta-feira das 9h até 21h. Sábados, domingos e feriados das 10h até 21h.
Fones: 3214.8270 ou 3214.8303.
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Twitter: @estacaocb
Face: https://www.facebook.com/estacao.cabobranco
Contato para imprensa:
Lúcia França – Curadora geral e artista plástica da Estação Cabo Branco
Fones: 83. 9951.8655 – 8817.6651
Email: luciafranca1001@gmail.com
Abelardo da Hora Filho
Fone: 81. 9168.7723 – 3467.1942 (res.) e 3221.0773.