PMJP apoia combate ao tráfico e exploração sexual de meninas e mulheres

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O tráfico e a exploração sexual de meninas e mulheres é o tema de oficinas e debates que acontecem em João Pessoa a partir desta terça-feira (07) no hotel InterCity Premium, localizado na Av. João Maurício, 1.185, Manaíra. O evento é uma realização da Associação Mulheres pela Paz, de São Paulo, e conta com a parceria da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM) da Prefeitura Municipal de João Pessoa.

A abertura será realizada com o painel público “Mulheres e homens pela paz contra o tráfico de mulheres e a exploração sexual”, às 19h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado da Paraíba (Sinttel), situado na Rua Rodrigues de Aquino, 290, Centro.

Na próxima quinta-feira (09), às 9h, a secretária da SEPPM, Socorro Borges, vai ministrar uma oficina sobre educação popular feminista. “Esta é uma oportunidade muito importante em que a SEPPM soma seu trabalho à Associação Mulheres pela Paz para combatermos com outros importantes parceiros, como a Polícia Federal e organizações de mulheres, este crime que vitimiza cerca de 85% das mulheres”, ressalta a secretária.

De acordo com Vera Vieira, da Associação Mulheres pela Paz, a atividade tem entre seus objetivos contribuir na luta pelo enfrentamento da violência contra a mulher e fortalecer a rede de serviços contra o tráfico humano, formada por atores governamentais e não governamentais.

Dentre as outras oficinas que serão realizadas estão “Relações sociais de gênero e feminismo”, “Panorama local sobre tráfico de mulheres e violência sexual”, “Orientação sexual e identidade de gênero”, “Educomunicação pela cidadania das mulheres” e “Questão racial” e “Masculinidades”.

As oficinas têm como público lideranças de ONGs, movimento feminista e de mulheres, órgãos governamentais e universidades, que formam a rede de serviços pelo enfrentamento à violência contra a mulher.

Tráfico humano – Segundo a Convenção de Palermo, realizada pela ONU em 2002, que tratou do crime organizado transnacional, o tráfico humano se caracteriza pelo recrutamento, transporte, alojamento de pessoas em condições de coerção, controle, violência e cárcere privado para fins de exploração em várias modalidades.

É a terceira modalidade criminosa mais lucrativa do mundo, ultrapassada apenas pelo tráfico de armas e drogas. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o lucro anual do tráfico de pessoas chega a 31,6 bilhões de dólares. Em torno de 85% das vítimas entregues à exploração sexual comercial são mulheres. A faixa etária predominante está entre 17 e 25 anos. Há registro também do tráfico de adolescentes e crianças, sendo a maioria do sexo feminino. Também existe o tráfico de homossexuais e travestis.

“Acreditamos que a dificuldade em admitir a existência do tráfico para exploração sexual tenha a ver com a cultura machista e patriarcal. Cultura que permite atos e hábitos de violência e discriminação contra a mulher. Vale lembrar que a violência contra a mulher – materializada na violência doméstica, sexual e no tráfico humano – é a mais forte expressão da construção social de gênero, que é culturalmente aceita e mantida há milênios”, afirma Vera Vieira.