Solistas de fora começam a chegar a João Pessoa para Festival de Música Clássica
Já estão começando a chegar a João Pessoa os primeiros músicos convidados a se apresentarem no II Festival Internacional de Música Clássica, que começa no domingo (30) e se estende até o sábado, 6 de dezembro. Nesta quinta (27), chegam o pianista paulistano Paulo Gazzaneo, o cellista holandês Fred Pot, o contratenor Paulo Mestre e o baixo-barítono Wladimyr Carvalho.
Na sexta (28), é a vez do clarinetista holandês Arjan Woudenberg, dos violinistas Pamela Kubik (da Argentina), Sara Loerkens (Suíça) e Avishai Chameides (de Israel), da soprano Gabriella Pace e do violista húngaro Juan Lucas Aisenberg.
No sábado (29), as pianistas Anna Fedorova, da Ucrânia, e a brasileira radicada na França Juliana Steinbach aportam na capital, acompanhados pela violinista americana Emi Ohi Resnick, da violoncelista Ana Maria Chamorro e do fagotista japonês Hajime Konoye. No domingo (30), dia da abertura dos concertos (às 18h, no Espaço Cultural), chegam os violinista Asi Mathatias (Israel) e Horácio Schaefer (Alemanha) e a flautista holandesa Carla Meijers. Na segunda (1º), é a vez do trompista espanhol Jose Luis Sogorb, do cellista alemão Benedict Kloeckner e do oboísta belga Jeroen Soors.
Completam a constelação Alberto Johnson, violinista baiano radicado na Holanda, que já se encontra em terras paraibanas para a articulação do evento, e o maestro Isaac Karabtchevsky, o grande homenageado desta segunda edição. Karabtchevsky estará em João Pessoa no sábado (6) para o concerto de encerramento da programação, que será apresentado no mesmo dia, no Espaço Cultural, às 17h.
O festival – Ao todo, 20 solistas de dez países diferentes vão brilhar no II Festival Internacional de Música Clássica em 22 concertos por igrejas históricas e pontos turísticos da capital e 16 masterclasses gratuitas. Toda a programação do evento, bem como as inscrições para as masterclasses, está disponível no site www.joaopessoa.pb.gov.br/musicaclassica2014.
Conheça os músicos
A violinista Emi Ohi Resnick nasceu em Nova York. Foi lá, no Carnegie Hall, que aos 15 anos fez seu primeiro concerto. Estudou no Instituto Curtis e na prestigiada Escola Julliard, na Academia Mozart de Praga e no Mozarteum. Vários compositores escreveram-lhe peças, que foram tocadas com grupos de câmara, como o Mobiüs, o Context Ensemble e o Ensemble Modern de Frankfurt. Emi foi destaque na série Young ArtistsShowcase da rádio WQXR, em sua cidade natal. Divide o tempo hoje entre Estados Unidos e Europa, onde foi primeira violinista da Orquestra de Câmara da Holanda, e convidada da Amsterdam Sinfonietta.
Sara Loerkens é suíça. De família musicista, começou os estudos de violino com a mãe, seguindo no Conservatório de Neuchatel, em seu país, na Academia de Basel e no Conservatório Van Amsterdam. Ainda muito jovem, recebeu o Primeiro Prêmio dos Concursos SuíçosRuebelide Bolsas Escolares, o FriedwaldStiftung, o Kiefer-Ablitzel e a Competição de JovensArtistas Internacionais de Tortona (Itália). Integra a Orquestra Filarmônica da Rádio Holandesa, onde atua como líder dos segundos violinos.
Carla Mejiers é holandesa. Começou na flauta aos 8 e seguiu como aluna do Real Conservatório. Desde 1983, é flauta-solo da Orquestra Filarmônica da Rádio Holandesa (DRPhO). Como convidada, tocou com as orquestras Asko-Schoenbergensemble, e com as Filarmônicas de Roterdã, Flandres e da Holanda. Fez a première de peças de Messiaen, Boulez, Hartmann, entre outros, e dá aulas de flauta na Orquestra Jovem do Norte da Holanda.
Horácio Schaefer aperfeiçoou-se na Alemanha com Max Rostal, onde terminou seu mestrado já como violista, e obteve o primeiro prêmio na Escola Superior de Música de Colônia. Tocou na Orquestra de Solistas de Câmara Bach, foispalla das violas da Filarmônica de Essen e violista do Quarteto Ravel-Köln, da Orquestra da Rádio de Frankfurt e no seu sexteto de cordas. Como membro do Quarteto Amazônia, ganhou o Grammy da Música. Foispalla das violas da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e, desde 1998, é spalla da Osesp.
Avishai Chameides nasceu em Israel. Aos6 anos, começou a estudar violino, mas aos 10 optou pela viola. Obteve seu diploma no Conservatório Verdi de Milão e estudou no UDK de Berlim, e ainda na Academia de Lubeck. Ele é membro do Quarteto Noga, formação de 2008 advinda do Quarteto Artemis de Berlim. Colabora regularmente com as orquestras de câmara de Potsdam (Alemanha), Konzerthausorchester Berlin, a Sinfônica de Berlim e a Ópera de Berlim.
Ana Maria Chamorro estudou violoncelo no Brasil com ZigmundKubala, na USP. Na Alemanha, prosseguiu com Eduardo Vassalo, FriedmmanDahn e Joachim Griesheimer, além de cursar música de câmara com SaschkoGawriloff (spalla da Orquestra Filarmônica de Berlim) e músicos do Quarteto Amadeus. Foi professora da Escola de Música de Wiehl (Alemanha) e integrou as alemãs Rheinisches, Köln e KlassischeTelekomm Bonn. Foi também primeiro violoncelo da Tippet Ensamble e violoncelo-solo da Orquestra de Câmara de Heidelberger. Hoje toca na NovaOrquestra dos Países Baixos.
O trompista Jose Luis Sogorb nasceu na Espanha. Cursou o Conservatório de Alicante com Vicente Navarro e continuou os estudos no Conservatório Real de Hague. Depois de ter atuado em várias orquestras europeias, tem tocado como solista convidado da Orquestra Real daConcertgebouw, da Filarmônica de Roterdã, da Orquestra Local de Hague, da Palau de LesArts e da Filarmônica de Londres. Foi membro da Orquestra HetGelders, na Holanda, e recentemente, assumiu o primeiro posto como trompista da Sinfônica da Galícia.
Asi Mathatias é um dileto de Pinchas Zukerman e reconhecido como um dos maiores violinistas de sua geração. Foi o mais jovem estudante da UniversitätfürMusikunddarstellendeKunstem Vienna. Sua estreia foi sob a batuta de Zubin Metha, aos 14 anos, com a Orquestra Filarmônica de Israel. Seus recitais cobrem toda a Europa, Estados Unidos, Ásia e Israel, bem como salas como Carnegie Hall, Stern Auditorium, Izumy Hall no Japão e The NationalArts Center do Canadá. Já gravou para a BBC, CBC, WQXR, IBA e ORF.
Juliana Steinbach se apresentou por toda a Europa, Américas do Norte e do Sul, Israel e Ásia. Sua estreia, em 2002, foi com a Orquestra Sinfônica de Israel. Seguiram-se a Orquestra de Concerto da Rádio de Leipzig, a Sinfônica Mav Budapeste, a Orquestra Jovem de Friburgo, a Sinfônica Lírica de Paris, a Filarmônica de Nice e a Orquestra do Conservatório Laureates de Paris. Em 2005, fez sua primeira turnê na Ásia, com passagens por Seul, Manila, Bangcoc, Hong Kong, Yokohama e Tóquio. Foi premiada no Artlivre Concurso Internacional de Piano, em São Paulo (Brasil, 2001), Desempenho Tel-Hai (Israel, 2000 e 2001), na Competição Internacional de Jovens Pianistas, em Meknès (Marrocos, 1996), na Unesco (prêmio Flame) e ganhou o Grande Prêmio Vittorio Gui (Florença, Itália).
O holandês Arjan Woudenbergesteve em João Pessoa em 2013 como convidado da primeira edição do festival. Estudou clarinete no Conservatório DenHaag, a mais tradicional instituição de música do seu país, e a seguir no de Amsterdã. Depois de terminar os estudos em 2003, assumiu a vaga de primeiro clarinetista da Filarmônica da Rádio Holandesa e da Filarmônica da Rádio Kamer. Foi solista de várias orquestras europeias. Com o Quarteto De Doelen gravou o concerto de câmara de Karl Amadeus Hartmann para a gravadora alemã Cybele Records.
Hajime Konoye, fagotista da Filarmônica Neerlandesa, nasceu na Alemanha, mas cresceu em Tóquio. Após ter se graduado pela Universidade de Tóquio em música, tornou-se primeiro fagote da Filarmônica do Novo Japão sob a regência de ninguém menos que Seiji Osawa. A relação com o maestro permanece até hoje: ele é convidado de Osawa em todos os verões para tocar na Orquestra Saito Kinen. Foi bolsista da Agência Cultural do Japão e primeiro fagote da Orquestra de Câmara da Rádio Holandesa. Sua performance do concerto de Mozart para fagote na Concertgebouw foi transmitida ao vivo para toda a Europa. No ano passado, fez um tour com a Orquestra Filarmônica da Ásia sob regência de Myung Whun Chung.
Paulo Gazzaneo começou sua carreira internacional como pianista em recital na Kisterem da Liszt Ferenc ZeneművészetiFőiskola (Budapeste). Após cinco anos de estudos na Europa, voltou para São Paulo, sua terra natal. Gravou oito discos com os selos Paulus, YBrazil Concerto e PMC. Dá aulas na Escola de Música do Estado de São Paulo, é diretor do Festival Internacional de Música de Bragança Paulista, consultor da sessão internacional do Festival de Música Clássica de João Pessoa, pianista da Orquestra Filarmônica do Brasil e membro-fundador do São Paulo Arte.
O alemão Benedict Kloeckner venceu importantes prêmios em competições internacionais, como o Prêmio da União Europeia de Radiodifusão, em Bratislava, o Grand Prix Emanuel Feuermann de Violoncelos (Berlim), a Competição de Animadores-Solo (Zurique) e o prêmio Nicolas Firmenich no Festival Verbier. É violoncelista-solo das mais renomadas orquestras, como a Rádio Alemã, a Sinfônica NDR, as Rádios Eslovaca e MDR, a Camerata Báltica, a Orquestra do Estado Alemão e as Cameratas de Berlim e de Praga. Em novembro, tocou com Anne Sophie Mutter, nos EUA e Canadá. Tem diversos discos gravados, finalistas de prêmios na Alemanha. Foi aluno na Karlsruhe e concluiu o mestrado na Academia de Performance Internacional de Kronberg.
Wladimyr Carvalho tem em “Carmina Burana” uma de suas especialidades. Já a encenou como solista numerosas vezes, inclusive para TV. O baixo barítono é coralista e solista junto aos Corais de Câmera e Lírico Sinfônico da Orquestra Sinfônica e da Sinfonietta de Ribeirão Preto. É nessa cidade paulista que desenvolve carreira. Foi solista da Nona Sinfonia de Beethoven, “Oratório de Natal”, “Magnificat”, “Cantata 142”, “Cantata 56”, “Cantata 82”, “Cantata 147”, “Paixão Segundo São João” e “Paixão Segundo São Mateus”, de Bach, “O Messias”, de Haendel, “Missa de Réquiem”, de Mozart, “Missa em Sol Maior”, de Schubert, “Missa Brevis em Dó Maior”, de Gounod, “StabatMater”, de Dvorak, e “Missa de Glória”, de Puccini, sendo esta a sua primeira execução no Brasil.
Gabriella Pace, soprano, sagrou-se vencedora do Prêmio Carlos Gomes pela participação na ópera “A Menina das Nuvens”. Fez Tytania em “Sonho de uma Noite de Verão” (Britten), Ilia em “Idomeneo”, Eurídice em “Orfeu e Eurídice”, Giulietta em “I Capuleti e I Montecchi”, Pamina em “A Flauta Mágica” e Adina em “O Elixir do Amor”. Tem discos gravados com o Quarteto Raga, com a Osesp e com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.
O contratenor Paulo Mestre já se apresentou na França, Alemanha, Portugal, Israel, Costa Rica, Uruguai, Argentina, Canadá e EUA. Participou de gravações com a Camerata Antiqua de Curitiba, com o grupo Calíope do Rio de Janeiro, com o Festival de Juiz de Fora, com Roberto de Regina e, recentemente, com o Coral e Percussão da Osesp. Cantou como protagonista o “Orfeu” de Gluck em Mendoza, fez Ptolomeu na Ópera “Júlio César”, de Haendel, e “O pescador e sua alma” de Marcos Lucas.
Alberto Johnson é baiano, e foi pelo Nordeste que começou a carreira como violinista, ainda aos 10 anos de idade. Aos 18, já era bolsista na Academia Internacional de Menuhin, na Suíça. Fez sua pós na Escola Superior de Música da Colônia, aperfeiçoando-se com o Quarteto Amadeus. Em 1997, torna-se primeiro violino da Filarmônica da Rádio Holandesa, com a qual se apresentou pela Europa, Austrália e Singapura. É spalla da Orquestra Camerata Nova Holanda, formada por grandes músicos europeus, e toca em um violino GalileoArcellasci de 1934.
Pamela Kubik nasceu em Buenos Aires, onde começou os estudos de violino com o pai, o renomado Rodolfo Kubik. Seguiu para a Suíça na Academia Internacional de Menuhin e diplomou-se na Escola Superior de Música de Stuttgart. Estudou também com o Quarteto Amadeus. Fez parte dos primeiros violinos das Filarmônicas de Buenos Aires e de Roterdã, da Orquestra de Câmara da Rádio e da Sinfônica da Rádio Holandesa. Toca num raro Joseph e AntoniusGagliano do ano de 1700, emprestado pela Fundação Nacional de instrumentos da Holanda NMF.
Juan Lucas Aisenberg, violista, vem de uma família de músicos argentinos, mas nasceu em Budapeste e cresceu na Itália. Foi aluno da Academia de Música de Menuhin (Suíça), da Escola Superior de Arte de Berlim e da Escola de Música de Colônia, onde teve aulas com o prestigiado Quarteto Amadeus. Desde 1993, faz parte da Orquestra de Ópera de Berlim. Na música popular, dedica especial atenção à Argentina, fazendo parte dos grupos NoviTango, Vibratanghissimo e Tangele.
Jeroen Soors recebeu as primeiras lições de oboé aos 10 anos. Graduou-se no Instituto de Artes do Norte de Limburgo em 2002, quando venceu diversas competições nacionais na Bélgica. Seguiu os estudos no Conservatório de Tilburgo e depois no Conservatório Real da Antuérpia. Selecionado pelo programa de estudos Erasmus, passou seis meses em Karlsruhe, na Alemanha. Em 2006 e 2007, foi selecionado para compor a Orquestra Jovem na União Europeia e para a Orquestra Gustav Mahler, viajando por toda a Europa, Ásia e América do Sul. Em 2008, foi oboé-solo da holandesa Orquestra Gelders, de 2011 a 2013, e da Orquestra de Câmara da Rádio Belga.
Anna Fedorova – Nasceu na Ucrânia. A jovem virtuose vem arrebatando todos os principais prêmios dos concursos internacionais de piano: o Rubinstein, na Polônia em 2009; O Fréderic Chopin para jovens pianistas, em Moscou, o Concurso de Lyon na França e o prêmio do Verbier Festival. Estudou no seu país e na Royal College de Londres. Tem feito concertos em diversos locais da Europa, América do Norte e América do Sul. Só em 2014, salas de renome mundial, como a Concertgebouw de Amsterdam e a Sala Verdi de Milão, assim como os festivais de Annecy e Anvers–sur-Oise, na França, ouviram a pianista.
Isaac Karabtchevsky – Em 2009, o jornal inglês The Guardian indicou o maestro Karabtchevsky como um dos ícones vivos do Brasil. A expressão do jornal tem sua razão de ser: desde os anos 70, ele tem desenvolvido uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, atuando por 26 anos como maestro da Sinfônica Brasileira, comandando o projeto mais ousado de comunicação popular da América Latina, o Aquarius, que reuniu durante anos milhares de pessoas ao ar livre e favoreceu, dessa forma, a formação de um público sensível à música de concerto.
Esse período de intensa atividade coincide com sua permanência na Europa, atuando como diretor artístico de diferentes orquestras e teatros: com a Tonkünstlerorchester de Viena (1988 a 1994), o Teatro La Fenice de Veneza (1995 a 2001) e, finalmente, como diretor da OrchestreNationaldesPays de la Loire (2004 a 2010). Dentre os teatros e orquestras de prestígio dessa fase estão a Salle Pleyel de Paris, a Concertbowl de Amsterdã, o Musikverein de Viena, o Royal Festival Hall de Londres, a Accademiadi Santa Cecilia de Roma, o Teatro Real de Madrid, a Staatsoper de Viena, o Carnegie Hall de Nova York, o Teatro Comunale de Bologna, a Rai de Torino, o Teatro Colón de Buenos Aires, a Deutsche OperamRhein de Düsseldorf, a Orquestra Gurzenich de Colônia, a Orquestra Filarmônica de Tóquio etc.