Karabtchevsky recebe imprensa antes de encerramento de Festival de Música Clássica

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Isaac-Karabtchevsky-3-crédito-Fábio-RossiO renomado maestro Isaac Karabtchevsky chega a João Pessoa na manhã deste sábado (6) para uma ocasião especial. Vindo de uma temporada da ópera “Madama Butterfly”, apresentada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ele volta depois de anos à Paraíba para reger o concerto de encerramento do festival que o homenageia. A apresentação será às 17h, na Praça do Povo do Espaço Cultural. Antes, às 13h30, ele atende a imprensa numa coletiva, na Sala de Concertos.

Karabtchevsky, que está prestes a completar 80 anos, retorna ao Espaço Cultural, onde fez o seu concerto inaugural, 32 anos atrás, em 1982: “Ele será convidado a ser patrono da nossa orquestra”, informa Laércio Diniz, maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa e diretor artístico do festival.

Ele regerá a OSMJP na abertura de O Guarani, de Carlos Gomes, e em obras de Villa-Lobos(“Prelúdio da Bachiana nº 4”), Beethoven (“Abertura Leonora nº 3”), Strauss(“Valsa do Imperador”), Tchaikovsky (“Abertura de Romeu e Julieta”) e de Tarcísio Burity (“Elegia”).

Tarcísio Burity, ex-governador, compunha, tocava piano e, junto com a irmã, Isabel Burity, foio maior incentivador pela fundação de um movimento artístico da música clássica no estado, cujas raízes até hoje se mantém. “O meu pai foi um dos responsáveis por trazer grandes nomes da música para o estado, ainda na década de 80, para ajudar a formar gerações que estão hoje em orquestras de todo o Brasil. Os maestros Eleazar de Carvalho e o próprio Karabtchevsky fizeram parte desta história”, cita Mauricio Burity, diretor-executivo da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).

Isaac Karabtchevsky – Em 2009, o jornal inglês The Guardian indicou o maestro Karabtchevsky como um dos ícones vivos do Brasil. A expressão do jornal tem sua razão de ser: desde os anos 70, ele tem desenvolvido uma das carreiras mais brilhantes no cenário musical brasileiro, atuando por 26 anos como maestro da Sinfônica Brasileira, comandando o projeto mais ousado de comunicação popular da América Latina, o Aquarius, que reuniu durante anos milhares de pessoas ao ar livre e favoreceu, dessa forma, a formação de um público sensível à música de concerto.

Esse período de intensa atividade coincide com sua permanência na Europa, atuando como diretor artístico de diferentes orquestras e teatros: com a Tonkünstlerorchester de Viena (1988 a 1994), o Teatro La Fenice de Veneza (1995 a 2001) e, finalmente, como diretor da Orchestre Nationaldes Pays de la Loire (2004 a 2010). Dentre os teatros e orquestras de prestígio dessa fase estão a Salle Pleyel de Paris, a Concertbowl de Amsterdã, o Musikverein de Viena, o Royal Festival Hall de Londres, a Accademia di Santa Cecilia de Roma, o Teatro Real de Madrid, a Staatsoper de Viena, o Carnegie Hall de Nova York, o Teatro Comunale de Bologna, a Rai de Torino, o Teatro Colón de Buenos Aires, a Deutsche OperamRheinde  Düsseldorf, a Orquestra Gurzenich de Colônia, a Orquestra Filarmônica de Tóquio etc.

A partir de 2004, Karabtchevsky assumiu a direção da Orquestra Petrobras Sinfônica, grupo caracterizado por um sistema único de autogestão e que tem lhe proporcionado uma nova etapa na carreira. Nesta fase, predomina sua vasta experiência no repertório sinfônico e também a visão do regente habituado a títulos do porte de Erwartung de Schoenberg, O Navio FantasmaTannhäuser eTristão e Isolda de Wagner, Billy Budd de Britten, e inúmeras produções que o levaram a dirigir, na Ópera de Washington, uma notável realização de Boris Godunov, considerada pelo crítico Tim Page, do Washington Post, como a melhor da temporada de 1999-2000. Vem desse período as comendas que recebeu do governo austríaco pelos serviços culturais prestados ao país, a medalha “Chevalier desArts et desLettres”, do governo francês, além das que recebeu de praticamente todos os estados brasileiros.

No início de 2011, Karabtchevsky recebeu o convite para dirigir a Sinfônica de Heliópolis, a maior comunidade carente de São Paulo, assumindo paralelamente a direção artística do Instituto Baccarelli. Foi convidado pela Osesp para a gravação integral das sinfonias de Villa-Lobos, com realização entre 2011 e 2016. Este projeto é resultado de um profundo trabalho de reconstituição das partituras e do resgate de uma importante e esquecida vertente da produção do compositor. Foi diretor Musical do Theatro Municipal de São Paulo e da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Desde 2000, dirige, na Itália, no Musica Riva Festival, masterclasses para Maestros do mundo inteiro. Na Mostra Internacional de Música de Olinda – Mimo, realiza o mesmo curso com enorme sucesso. Atualmente é também o responsável pela programação artística do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.