Extremo Cultural abre programação de cultura popular no Largo da Gameleira

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boi de reis estrela do norte rafael passosA cultura popular, em suas mais diversas vertentes, vai estar presente no projeto Extremo Cultural – Onde o Som Toca Pimeiro com uma seleção de folguedos que passarão pelo Largo da Gameleira, em Tambaú, nas tardes dos sábados de janeiro. Boi de reis, lapinha, afoxé, capoeira, dança cigana e coco de roda estão na programação, compondo um mosaico da riqueza regional paraibana.

As primeiras duas agremiações, o Cavalo Marinho Infantil Sementes de João do Boi, de Oitizeiro, e o Samba de Roda da Escola de Capoeira Afro Nagô, do Valentina Figueredo, se apresentam neste sábado (10), às 17h.

O cavalo marinho, como o bumba-meu-boi, é uma união de reisados. Ao longo do espetáculo são agrupados cantos, loas, personagens e parte do boi de reis, numa celebração de auto popular que revive o ciclo natalino.

Na história, os personagens Mateus e Birico dividem a mesma mulher, Catirina, e estão à procura de emprego. O espetáculo é costurado pelo Capitão, que montado a cavalo, dá à história seu seguimento até o momento final, quando o boi é dividido entre os participantes numa grande farra.

cultura popular_foto_gilbrtofirmino_ (132)Ao todo são 30 personagens (entre humanos e animais), cujas figuras mais participativas são os galantes e damas, o Mateus (o dono da terra), o Caboclinho (entidade sobrenatural que canta as linhas de jurema) e o boi (presença constante na vida do homem do campo). As roupas são enfeitadas com fitas e espelhos e os chapéus têm abas horizontais adornadas com pingentes. Antigamente, como só os homens dançavam o folguedo, eles se travestiam para representar os personagens; hoje as mulheres conquistaram espaço tanto na brincadeira como na banda.

Comandado por Jocilene Cunha, a Tina, uma das únicas mestras do Nordeste, o folguedo foi criado em 1965 por João do Boi, que brincava desde os 8 anos de idade. Hoje se mantém com crianças no grupo e adultos tocando.

Afro Nagô – Comandada pelo Mestre Zunga e com 20 integrantes, o Samba de Roda Afro Nagô apresenta ao público uma sequência de danças guerreiras afros, como o maculelê, o samba de roda e o afoxé, além de jogos de capoeira. Surgida há 35 anos em João Pessoa, a Afro Nagô hoje tem núcleos por boa parte da Paraíba (soma 600 alunos) e acumula apresentações na Suíça, Canadá e Estados Unidos, onde também fundou grupos.

Originário do Recôncavo Baiano no século XIX, o samba de roda é reconhecido por dispor os sambistas em círculo, tal qual a capoeira – e normalmente começa depois dela. É o momento em que as mulheres revelam toda a graça e voluptuosidade em movimentos voltados para seduzir.cultura-popular_foto_gilbrtofirmino_-48

O samba de roda é executado ao som de pandeiros, atabaques, berimbaus, violas, chocalhos, cantos e palmas. “É um folguedo surgido das senzalas que explora intensamente a sensualidade entre os parceiros depois de um dia de trabalho puxado. É o ritual de fertilidade do povo africano no Brasil”, explica Emilson Ribeiro, coordenador da Divisão de Cultura Popular da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) e dileto pesquisador.

Confira a programação completa do Extremo Cultural – Onde o Som Toca Primeiro

10/01

20h: Banda Macumbia

22h: Maria Rita

17/01

20h: AbradOs Zoio

22h: Seu Jorge

24/01

20h: Val Donato e Os Cabeças

22h: RPM

31/01

20h: Mirandinha e Pura Raiz

22h: Grupo Revelação

Cultura popular (no Largo da Gameleira, em Tambaú):

10/01

17h –  Cavalo Marinho Infantil Sementes do Mestre João do Boi

18h30 – Samba de Roda da Escola de Capoeira Afro Nagô

17/01

17h – Coco de Roda Mestre Benedito, da Mestra Dona Têca de Cabedelo

18h30 – Afoxé Liberdade Negra

24/01

17h – Lapinha Jesus de Nazaré

18h30 – Ciranda do Sol do Mestre Mané Baixinho

31/01

17h – Boi de Reis Estrela do Norte do Mestre Pirralhinho

18h30 – Maculelê da Capoeira Angola Comunidade