Clubes de frevo encerram desfiles do Carnaval Tradição, na Beira Rio

Nove clubes de frevo encerraram no feriado desta terça-feira (17), os desfiles dos 100 anos do Carnaval Tradição, na Avenida Duarte da Silveira. A programação de despedida foi aberta às 19h, pela Orquestra de Frevo Adolescente e Criança Feliz, do bairro da Torre. Com o ritmo do passo marcado, alegorias, bonecos gigantes e criatividade nas coreografias, os clubes provaram que o Carnaval traz o brilho imemorial que emociona das crianças aos idosos.

“Por todos os quatro dias, tivemos ‘casa cheia’, numa legitimação da parceria proveitosa que firmamos com a Prefeitura na realização deste evento”, avalia o presidente da Liga Carnavalesca de João Pessoa, Beto Costa. No último sábado (14), desfilaram dez tribos indígenas. Já no domingo (15), foi a vez de as escolas de samba tomarem a Beira Rio, enquanto que na segunda-feira (16), abriram alas as batucadas e ursos carnavalescos.

Passaram pela avenida primeiro as agremiações do grupo B, e fechando, as do grupo A. Os clubes de frevo tiveram 30 minutos para cumprir os 350 metros de percurso da Avenida Beira Rio perante torcida e uma comissão de jurados, que avaliou itens como porta-estandarte, orquestra, conjunto, fantasias, estandarte e coreografia. Concorrem ao pódio as três primeiras do grupo A (ocupado pelo Gigantes do Frevo da Torre, São Rafael Frevo e Folia, Ciganos do Esplanada e Bandeirantes da Torre), sendo rebaixada para o grupo B a última colocada.

Da mesma forma, sobe para o grupo especial a campeã do grupo B(ocupado pelo Adolescente e Criança Feliz, A Corda do Frevo do Bairro da Torre, Piratas do Jaguaribe, Dona Emília e Alegria do Frevo). O resultado será anunciado nesta quarta-feira (18), às 10h, também para as escolas de samba e tribos indígenas. A atual campeã de 2014 é a Bandeirantes da Torre; a Ciganos do Esplanada detém o vice-campeonato, enquanto a São Rafael Frevo e Folia, o terceiro lugar. As vencedoras levarão para casa uma premiação no valor de R$ 3,5 mil para a terceira colocada, R$ 5 mil para a vice e R$ 7,5 mil para a primeira.

Com 53 anos, Gildete da Silva era das passistas mais animadas do Piratas do Jaguaribe, que levantou as arquibancadas. “Desfilo desde 1977, todos os anos. Minha história com o Carnaval começou pelo meu avô, que era presidente de bloco, e transmitiu a paixão foliã ao meu pai, músico”, lembra. “Basta ouvir frevo, que me emociono”, completa. Dona Emilda Matias, aposentada, é outra testemunha do efeito nostálgico dos velhos carnavais sobre a alma foliã: “Brinquei no Dona Emília, no Piratas do Jaguaribe e nos 25 Bichos, e sou do tempo em que, quando as orquestras no Carnaval Tradição passavam, a torcida corria atrás”, relata.