Cuidados para combate e prevenção à obesidade infantil é ofertado pelo SUS na Capital

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Thibério Rodrigues e Rebeka Paiva

foto. Ivomar Gomes Pereira (5)(1)Foi-se o tempo em que criança gordinha era sinal de saúde. Hoje, os quilinhos a mais são um alerta para uma das epidemias que mais preocupam os médicos na atualidade: a obesidade infantil. O excesso de peso em bebes e crianças de até 12 anos é apontado como principal causa de doenças como hipertensão, diabetes, colesterol alto, que, segundo o Ministério da Saúde, são responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil.

A Prefeitura de João Pessoa resolveu encarar o problema de frente e visando o combate e a prevenção da obesidade no município, a Secretária Municipal de Saúde (SMS) criou uma linha de cuidado especializado para adultos e principalmente crianças, que estão acima do peso. Os usuários são atendidos pela rede pública de saúde por demanda espontânea ou por encaminhamento do médico da Unidade de Saúde da Família (USF) de referência.

Os atendimentos especializados são realizados por nutricionistas da rede que atendem nos Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Cristo, de Mangabeira e de Jaguaribe, além da Unidade de Saúde das Praias e na Unidade Básica de Saúde de Mandacaru.

Maria Eduarda Graciliano tem sete anos e aos seis foi diagnosticada com obesidade infantil. Desde então ela é acompanhada regularmente por uma das nutricionistas do Cais de Mangabeira.

“Ela sempre foi gordinha desde pequena, mas foi crescendo e o peso aumentando, até que quando completou seis anos ela estava com o peso muito elevado para uma criança da idade e estatura dela”, relatou Maria Rosilda Pontes, avó de Maria Eduarda. “Os pais não estavam muito preocupados então resolvi interferir. Conversei com eles, orientei que Duda precisava de acompanhamento de um especialista e concordaram em trazê-la nas consultas”, contou a avó.

O nutricionista e coordenador da área da saúde da criança da SMS, Edgar Tito, explica que a melhor maneira de se prevenir a obesidade infantil é estimular a criança a ter hábitos saudáveis desde cedo, e nesse sentido o papel dos pais é fundamental. “A prevenção é sempre o melhor caminho, cabe aos pais ou responsáveis pela criança estimular hábitos saudáveis tanto na alimentação quanto a pratica de atividades físicas, e entender que criança cheinha não quer mais significar que seja saudável”, comentou o nutricionista.

Depois de um ano de tratamento Maria Eduarda já entende a necessidade de uma alimentação balanceada e faz planos para o futuro. “Eu quero ser uma bailarina famosa quando crescer, mas já tenho que me preparar de agora e para isso preciso ficar saudável e emagrecer, isso só vai acontecer se eu me alimentar bem, esquecer os lanches e comer mais frutas, legumes, verduras”, conta animada.

“Duda é uma criança que cresceu com hábitos errados e sempre que for oferecido alguma “gordice”, como costumamos chamar, ela vai querer, isso é normal para qualquer criança. Não adiante reeducarmos a alimentação da criança e os pais continuarem com hábitos errados, eles também tem que dar o exemplo para o beneficio dos filhos”, concluiu a nutricionista.

De acordo com dados da SMS, em 2014, 9,53% das crianças apresentaram algum tipo de obesidade, o que, de acordo com Edgar Tito, serve de alerta para população, uma vez que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o percentual de alteração não ultrapasse 5%.

foto. Ivomar Gomes Pereira (8)(1)“É algo que estamos procurando tratar agora que beneficiará Duda principalmente no futuro, queremos que ela cresça com bons hábitos para que seja uma adolescente saudável”, comentou a avó de Maria Eduarda, dona Maria Rosilda.

Principais causas – A obesidade infantil tem várias causas, entre as mais comuns estão fatores genéticos, má alimentação, sedentarismo ou uma combinação de todos esses fatores. Além disso, a obesidade em crianças também pode ser decorrente de alguma condição médica, como doenças hormonais ou uso de medicamentos a base de corticoides.

De acordo com Edgar Tito, apesar de ser uma doença com influência genética, nem todos os pais e mães com obesidade terão filhos com o problema, assim como pais e mães dentro do peso podem gerar filhos obesos, porque além dos fatores genéticos obesidade infantil também tem ligação com os hábitos alimentares da criança e da família, bem como a realização de atividades físicas.

Prevenção – Aumentar frutas, vegetais e fibras, diminuir refrigerantes, diminuir o hábito de comer assistindo televisão, diminuir o tamanho das porções dos alimentos, caminhar ou andar de bicicleta em vez de carro, praticar atividades em família, aumentar a pratica de atividades físicas são apenas algumas das orientações que o nutricionista dá aos pais para reduzir os dados da obesidade.

Lei Estadual – Com o objetivo de conscientizar a população sobre os males provocados pela obesidade infantil, suas causas, consequências e modo de evitá-la ou tratá-la, a Assembleia Legislativa instituiu em 27 de dezembro de 2011, através da Lei n° 9.615 a Semana de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil.

IMC – O Índice de Massa Corporal (IMC) é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como referência para a medida do peso.  Ele é calculado dividindo-se o peso (em kg) pelo quadrado da altura (em metros). O resultado revela se o peso está dentro da faixa ideal, abaixo ou acima do desejado. Você pode calcular o seu IMC, através do link: http://goo.gl/sAsmAI

Classificação do IMC:

Menor que 18,5 – Abaixo do peso

Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal

Entre 25 e 29,9 – Sobrepeso (acima do peso desejado)

Entre 30 e 34,9 – Obesidade Grau I

Entre 35 e 39,9 – Obesidade Grau II

Igual ou acima de 40 – Obesidade Mórbida