Noa Wildshut e Benedict Klöeckner são homenageados no Festival Internacional de Música Clássica
Dina Melo
Dois jovens virtuoses do mundo da música clássica, o cellista alemão Benedict Klöeckner e a violinista holandesa Noa Wildshut, são os homenageados desta terceira edição do Festival Internacional de Música Clássica. O evento, que acontece entre 29 de novembro e 5 de dezembro, perfaz 23 concertos pelas igrejas históricas da Capital, com 15 solistas de seis países diferentes convidados e um catálogo de grupos camerísticos e sinfônicos em diferentes formações.
Noa chega a João Pessoa no próximo dia 24 e se apresenta nos dias 29, 1° e 3 de dezembro, com masterclass no dia 2, enquanto Klöeckner aporta por aqui no dia 28, para tocar nos dias 30, 2, 3 e 5 de dezembro, com masterclass no dia 1°. Toda a programação de concertos é gratuita e as inscrições para as oficinas estão abertas pelo www.festivaldemusicajoaopessoa.com.br.
Natural de Koblenz, sul da Alemanha, Klöeckner, de 26 anos, é uma potência revelada em competições internacionais. Faturou prêmios nos concursos da União Europeia de Radiodifusão, em Bratislava, e o Grand Prix Emanuel Feuermann, em Berlim, e reúne passagens-solo pelas Orquestras da Rádio Alemã e Eslovaca, entre outras, com os mais experimentados regentes.
Nesta sua terceira passagem pelo Brasil, o artista, que já rodou por 30 países em 80 concertos, se revela ansioso. “Não vejo a hora de estar em João Pessoa novamente. É uma sensação maravilhosa ser homenageado neste ano e estar pronto para tocar em muitos programas desafiadores”, espera.
“Na minha opinião, Benedict pertence a uma elite mundial de violoncelistas. Além de ser dono de uma capacidade musical indescritível nos palcos, acumula humildade e simpatia fora deles. Assisti-lo é um deleite”, elogia Alberto Johnson, coordenador artístico do Festival.
A outra homenageada cruzou o caminho de Benedict em uma das suas 14 turnês internacionais pela Europa e América do Norte. Com apenas 14 anos, a loirinha natural de Hilversum, perto de Amsterdã, atinge um extremo de talento sem paralelo entre os violinistas de sua geração. “É muito bom poder participar deste maravilhoso Festival e tocar peças tão diversas ao lado de músicos fantásticos”, declara a jovem, em sua primeira visita ao País.
A agenda tumultuada incluiu, na última segunda-feira (9), por exemplo, uma participação em Basel, na Suíça, para tocar as “Árias Ciganas”, de Pablo Sarasate, e a obra “Cigana – Rapsódia de Concerto para Violino e Orquestra”, de Maurice Ravel. “A música é uma das mais especiais linguagens capazes de tocar as pessoas e torná-las felizes – e é isso que adoro fazer. Este tipo de retorno me dá energia e força suficientes para seguir me aprimorando e descobrindo”, define.
“Noa está trilhando um caminho muito bem-sucedido para se firmar entre os melhores violinistas devido à grande facilidade, talento e musicalidade que expressa”, pontua Johnson. O Festival é organizado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), com o patrocínio do BNDES.
Benedict Klöeckner – Foi laureado em diversas competições internacionais, a exemplo do Concurso da União Europeia de Radiodifusão, em Bratislava, e o Grand Prix Emanuel Feuermann, em Berlim.
Klöckner se apresentou como solista com as Orquestras da Rádio Alemã, Sinfônica NDR, Rádio Eslovaca e a Sinfônica MDR Radio, sob a regência de Michael Sanderling, Howard Griffiths, Heinrich Schiff, Simon Gaudenz e Karl Heinz Steffens.
É frequentemente convidado para os festivais de música de Mecklenburg Vorpommern, Schleswig Holstein, Ludwigsburg, Schwetzingen, Gstaad, Boswil e Verbier. Em 2012, obteve o mestrado em Internacional Performance Solo pela Academia Kronberg.
Noa Wildschut – Começou seus estudos aos 4 anos, com Coosje Wijzenbeek e, depois, com Vera Bethsno no Conservatório de Amsterdã. Apresentou-se com músicos famosos, como Anne-Sophie Mutter, Menahem Pressler e Janine Jansen.
Vencedora do Concurso Internacional Luis Spohr em 2010, solou com várias orquestras, entre as quais a Filarmônica de Roterdã, a Orquestra de Câmara do Concertgebouw de Amsterdã, a Camerata Báltica do violinista Gidon Kremer, solistas de Zagreb, Residentie Orquestra (Aja/Holanda) e a Sinfônica de Liechtenstein. É a bolsista mais jovem da Fundação de Anne-Sophie Mutter e faz parte do Mutter Virtuose, com o qual já rodou vários países do mundo.