Música clássica e exposição fotográfica movimentam concerto dedicado à Primavera

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André Cananéa

Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP) - Estação Cabo Branco - foto RafaelPassos

Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP) – Estação Cabo Branco – foto RafaelPassos

Uma das mais belas obras de Ludwig van Beethoven (1770-1827), ‘Sinfonia nº 6 em Fá Maior’, a ‘Sinfonia Pastoral’, será as boas-vindas da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP) à Estação das Flores, através do ‘Concerto de Primavera’, que acontece neste sábado (8), às 18h, no Centro Cultural Ariano Suassuna, em Jaguaribe. A entrada é gratuita.

A apresentação da Sinfônica Municipal, sob a regência do maestro titular Laércio Diniz, marca também a abertura da exposição ‘Vidas Refugiadas’, que ficará em cartaz no Salão de Exposições Linaldo Cavalcanti, do Centro Cultural, anexo ao Tribunal de Contas do Estado, localizado em Jaguaribe.

O programa da Orquestra Municipal para essa noite terá três obras, duas delas de notáveis compositores brasileiros. Abre com ‘Pregão’, do maestro e compositor José Siqueira (1907 – 1985), paraibano da cidade de Conceição, e segue com ‘Concerto para vibrafone e orquestra nº 1’, do carioca Ney Rosauro. Esta terá a participação especial do solista João Victor Figueiredo.

“Como solista trazemos para o concerto deste sábado o jovem e talentosíssimo percussionista paraibano João Victor Figueiredo, que interpretará o ‘Concerto para vibrafone’, do compositor brasileiro Ney Rosauro que atualmente vive nos Estados Unidos e é um dos grandes representantes vivos da musica brasileira”, comenta o maestro Laércio Diniz.solista_joao-victor-figueiredo_4divulgacao

O concerto termina ao som das notas de ‘Sinfonia Pastoral’. “Com ela, Beethoven retrata o seu amor à natureza e descreve sua relação com o campo, apresentando títulos como ‘O despertar dos sentimentos alegres com a chegada ao campo’ ou ‘Cena a beira do riacho’, música impregnada de tanta beleza que faz nascer o sol dentro de cada um que ouve esta obra”, descreve Diniz.

Exposição de fotografias – ‘Vidas Refugiadas’ é fruto de um projeto homônimo que retrata, através de fotografias, o cotidiano de mulheres de diferentes nacionalidades que hoje vivem no Brasil.

São mulheres como Silvye, advogada de 34 anos, nascida na República Democrática do Congo, refugiada reconhecida pelo Governo Brasileiro desde 2014, e Mayada, professora de francês da Universidade de Damasco, natural da Síria, refugiada e também reconhecida pelo Governo Brasileiro desde 2014.

As imagens estarão em exibição no Salão de Exposições Linaldo Cavalcanti.

Serviço

Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (OSMJP) – Concerto de Primavera

Regência: Laércio Diniz

Abertura da Exposição ‘Vidas Refugiadas’

Local: Centro Cultural Ariano Suassuna

Endereço: Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), Rua Prof. Geraldo Von Sohsten, 147, Jaguaribe, João Pessoa

Data/Horário: Sábado (8), 18h.

Programa

‘Pregão’, de José Siqueira

‘Concerto para vibrafone e orquestra nº 1’, de Ney Rosauro (Solista: João Victor Figueiredo).

‘Sinfonia nº 6 Op. 68 – Pastoral’, de L.V. Beethoven.

Sobre o solista – Natural de João Pessoa, João Victor iniciou seus estudos com o professor Francisco Xavier no curso de extensão da UFPB em 2007. Logo em seguida também foi aluno de Gustavo Miranda (BRA/EUA) e Germanna Cunha (UFRN). Já trabalhou com vários grupos de música de câmara, como Grupo Camena de Música Barroca, Grupo de Percussão do Nordeste, Orquestra de Metais Nordeste, Grupo de Percussão da UFRN, Grupo de Percussão da UFPB etc.

Vem realizando diversos trabalhos com orquestras e dividindo o palco com artistas do pop nacional, como Dois Africanos, Jota Quest, O Rappa, Nando Reis, Otto, Biquíni Cavadão, Blitz, Versalles, Scalene, Lucas e Orelha, entre outros. E tocando ao lado de grandes maestros como Carlos Spierre (Alemanha), Eugene Kohn (Inglaterra), Issac Karabtchevsky (Brasil), Sandoval Moreno (PB) Alex Klein (Brasil), Gustavo de Paco de Gea (Argentina/Brasil), Eli-Eri Moura (Brasil), Catherine Larsen Maguire (England) e Marcos Arakaki (Brasil). Já trabalhou ao lado de Anna Federova, Fred Pot, Luciano Botelho, Arthur Barbosa, Sandoval Moreno, Ayrton Benk, Claudia Lacourt, Heleno Feitosa, Samuel Espinoza, Renata Simões, Hélio Medeiros, Heloisa Muller, Ibaney Chasin e Angel Blue, entre outros.

Sobre a exposição – O projeto ‘Vidas Refugiadas’ é uma iniciativa da mestre em Direito, Gabriela Cunha Ferraz, e do fotógrafo Victor Moriyama. As refugiadas são mulheres que não tiveram outra opção senão abandonar suas histórias e locais de pertencimento para salvar sua vida ou preservar direitos fundamentais, como a liberdade. Diferente da imigração, que é facultativa e motivada por razões diversas, o refúgio é a única rota de salvação para aquelas que sofreram diferentes tipos de violência. Essa violência pode acontecer de forma generalizada, como na Síria, ou individualmente contra mulheres que passam a ser perseguidas em razão da sua posição social, costumes religiosos, identidade sexual ou apenas pelo fato de ser mulher.

Em territórios que experimentam situações de guerra e conflito armado, constatamos que as mulheres são sempre as que sofrem as mais graves violações e a maior exposição. Exposição da sua casa, da sua família e do seu próprio corpo que, não raramente, passa a ser mera moeda de troca no conflito.

Distante do seu país de origem, o processo de inserção em uma sociedade completamente distinta é doloroso e gradual. Os desafios encontrados nessa nova realidade, somados à insuficiência de políticas públicas adequadas, provocam um cenário de instabilidade que prejudica o recomeço que pretendia viver no país de acolhida. O sentimento de perda, a nostalgia, as incertezas e a vulnerabilidade experimentada, evidenciam o seu não pertencimento àquele novo local, mas, regressar tampouco é uma opção.

Confrontados com esse dilema e no intuito de auxiliar na integração das mulheres refugiadas que, hoje, vivem no Brasil, o projeto ‘Vidas Refugiadas’ pretende abrir um espaço único para que elas possam se expressar, apontando os obstáculos do seu novo cotidiano e os caminhos trilhados na busca pela sobrevivência.