Choramigo celebra os 100 anos de ‘Carinhoso’ no Sabadinho Bom
Choramigo é o grupo escalado para o primeiro Sabadinho Bom de 2017, e sobe ao palco da Praça Rio Branco neste sábado (7) disposto a mostrar o que sabe fazer de melhor: executar, com esmero, clássicos do choro. “Os autênticos chorões estarão todos lá”, avisa o violonista Pelágio Nericio.
A apresentação começa às 12h30, em uma promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através de sua Fundação Cultural (Funjope). O acesso é gratuito.
O ponto alto do show é o set dedicado a Pixinguinha (1897-1973). Além de clássicos como ‘Naquele tempo’, e ‘Desprezado’, o septeto paraibano presta uma homenagem aos 100 anos do histórico choro ‘Carinhoso’.
Pixinguinha lançou ‘Carinhoso’, ainda em uma versão instrumental, em 1917. Mas a deixou de lado (até 1928, quando ela ganharia seu primeiro registro em disco) por seu caráter “moderno”.
“Eu fiz o ‘Carinhoso’ em 1917. Naquele tempo, o pessoal nosso da música não admitia choro assim, de duas partes – choro tinha que ter três partes! Então, eu fiz o ‘Carinhoso’ e encostei. Tocar o ‘Carinhoso’ naquele meio?! Eu não tocava, ninguém iria aceitar”, declarou o músico carioca em depoimento ao Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro, em 1968.
‘Carinhoso’ que o grande público conhece só surgiu em 1936, quando o compositor carioca Braguinha (1907-2006) colocou letra na melodia do conterrâneo. Dois anos depois, em 1937, a música ganharia fama na voz do cantor Orlando Silva (1915-1978) e se tornaria a segunda canção brasileira do século 20 (‘Aquarela do Brasil’ ficou na frente).
Portanto, no show do Choramigo, não só os 100 anos da melodia, como os 80 da consagração da canção serão lembradas pelo grupo. “Será o ponto alto da apresentação”, confirma Pelágio. “Vamos executar a versão instrumental, e também vamos ter a cantada, numa participação vocal de Adailton França”.
Com Pelágio (violão 7 cordas), Sergio Aires (flauta), Salvador di Alcântara (bandolim), Alexandre Rodrigues (sax e clarinete), Anderson Maxwell (cavaquinho), Mano (pandeiro) e Candinho Pessoa (tantã) na formação, o Choramigo ainda executa obras de Sivuca (‘Músicos e poetas’, ‘Homenagem à velha guarda’, ‘Entardecendo’ e a obrigatória ‘Feira de mangaio’) e Severino Araújo (‘Chorinho em aldeia’, ‘Espinha de bacalhau’), entre outras.