PMJP realiza o 1º Atelier de Informação e Sensibilização sobre Gênero e Cidade

Por Hellen Nascimento - em 900

João Pessoa é a primeira cidade do Brasil a implantar uma política de gênero no desenvolvimento urbano e sustentável com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da mulher na Capital. Para isso, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM), realizou o 1º Atelier de Informação e Sensibilização sobre Gênero e Cidade. O evento aconteceu na tarde desta quinta-feira (13) e na manhã da sexta-feira (14), na Casa do Empreendedor, localizado na Villa Sanhauá.

O encontro faz parte do Programa João Pessoa Sustentável, que prevê investimentos da ordem de US$ 200 milhões, sendo US$ 100 milhões de recursos próprios da PMJP e US$ 100 milhões de empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e contou com representantes de demais instituições.

Na ocasião, a secretária das Mulheres, Adriana Urquiza, apresentou os programas, projetos e ações desenvolvidos pela PMJP  para representantes do BID e demais instituições, elaborando um perfil de gênero da Capital. O objetivo é elencar e avaliar as prioridades que podem ser contempladas pelo programa.

“Estamos iniciando aqui um trabalho inédito no Brasil. Além de discutirmos as questões de gênero, vamos pensar como incluir a mulher na cidade, sob a perspectiva feminina, para que as próximas construções e intervenções urbanísticas incluam esse recorte. As mulheres possuem suas particularidades e queremos estar atentos a isso. A Prefeitura tem essa preocupação e o cuidado com a mulher”, explicou.

De acordo com o coordenador-geral do Programa João Pessoa Sustentável, José Rivaldo Lopes, a capital paraibana será a cidade piloto entre os programas urbanos do BID no País a desenvolver a política de gênero, onde será incluída no desenvolvimento econômico, social e sustentável.

“João Pessoa parte na frente porque em 2013 foi selecionada entre as capitais do Brasil com base em três critérios técnicos: por ser uma cidade com população próxima a um milhão de habitantes, acelerado crescimento demográfico e econômico, e estabilidade social e governabilidade. Em 2014, foi concluído o Plano de Ação e, em 2017, o projeto foi aprovado pelo BID. A expectativa agora é para a assinatura do contrato, prevista para dezembro de 2018, com execução do programa a partir de 2019, em diversas áreas”, destacou ele.

Ainda segundo José Rivaldo, um dos objetivos da oficina, além de discutir a política de gênero, também é analisar e avaliar como será usado esse recurso. “Serão várias ações que já estão programadas para começarem a ser executadas já em 2019 por meio da parceria BID e Prefeitura de João Pessoa”, revelou.

Também participaram do evento a SampaPé, uma Organização da Sociedade Civil (OSC) que atua desde 2012 com o objetivo de melhorar o caminhar nas cidades com atuação na mobilidade urbana com foco no deslocamento à pé, em parceria neste projeto com a Rede MAS – Mulheres Atuando pela Sustentabilidade. “Fomos convidados pelo BID que está inserindo esse tema com a prefeitura em pensar políticas de gênero voltadas para o espaço público, pensar como as mulheres sentem o espaço da cidade e para isso trazemos nossa experiência onde fazemos uma auditoria de segurança de gênero e de caminhabilidade em que levamos mulheres a experimentarem e avaliarem os espaços públicos e proporem soluções que sejam boas para o meio ambiente e para segurança das mulheres”, disse a presidente da SampaPé, Letícia Sabino.