700 famílias vão ganhar novas moradias com projeto de revitalização do Sanhauá

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A Prefeitura de João Pessoa (PMJP) está viabilizando moradias para mais de 700 famílias que serão relocadas das margens do Rio Sanhauá, dentro do projeto de revitalização do manancial, contemplado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal. Três áreas no Alto do Mateus, Varadouro e Alto do Céu devem receber os moradores relocados do Porto do Capim, Comunidade do S, Ilha do Bispo e Alto do Mateus. Os projetos estão sendo finalizados pela Secretaria Municipal de Habitação (Semhab) e deverão ser apresentados às famílias nos próximos dias.

Segundo o coordenador municipal do PAC, Fred Pitanga, o programa vai contemplar os dois maiores rios da cidade (Sanhauá e Jaguaribe), que foram prejudicados com o crescimento desordenado da Capital e estão sendo poluídos por esgotos e lixo das moradias construídas às suas margens. O projeto de revitalização do Sanhauá está orçado em R$ 15,3 milhões, que serão financiados à Prefeitura de João Pessoa, dentro do programa federal Pró-Moradia, através da Caixa. A Prefeitura já encaminhou o projeto executivo, no final do mês passado e agora está repassando a documentação necessária para sua aprovação e projetos complementares, disse.

Para a revitalização do Sanhauá, o projeto prevê a relocação de duas comunidades inteiras, sendo 297 famílias do Porto do Campim e 371 da Comunidade do S, no Róger. Alem dessas, outras 104 moradias pertencentes aos bairros da Ilha do Bispo e Alto do Mateus deverão ser relocadas. A União cedeu um terreno no Varadouro onde as famílias do Porto do Capim deverão habitar. O local fica a 200 metros da comunidade. Já as famílias da Comunidade do S deverão ser relocadas para o Alto do Céu, porque são muitas e não há terrenos disponíveis nas proximidades. As famílas da Ilha do Bispo e Alto do Mateus, deverão ocupar uma área desapropriada no Alto do Mateus, informou Pitanga.

Pesquisa – O diretor de Planejamento da Semhab, Rômulo Soares Polari Filho, disse que, antes de fazer os projetos de habitação, técnicos da secretaria estão indo às localidades onde haverá retirada de famílias para saber como elas vivem e o tipo de habitação que se enquadra nesse estilo de vida, com, é claro, todas as melhorias possíveis (pavimentação de vias, drenagem, esgotamento, energia elétrica, equipamentos de lazer, saúde e educação).

Nossa preocupação é oferecer habitações dignas e que se enquadrem no estilo de vida das famílias. Por exemplo: notamos que na comunidade do S, muitas pessoas ainda cozinham em fogões de lenha e ainda há os idosos e cadeirantes. Essas pessoas não poderão morar em apartamentos, por causa dos riscos de incêndio e da questão da acessibilidade. São particularidades como essas que foram analisadas e que estão nos ajudando a planejar as habitações, explicou.

A Prefeitura está elaborando os projetos com a ajuda dos líderes das comunidades. Nos próximos dias, os moradores serão chamados para conhecer o resultado do trabalho de arquitetos e engenheiros. A previsão é que o processo de licitação para contratação das empresas que construirão as moradias seja feito em outubro e as obras sejam iniciadas em dezembro.

As casas terão dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço. Além disso, em algumas áreas será possível construir equipamentos de lazer como quadras de esporte e praças. Estamos observando, ainda, se os locais dispõe de unidades de Saúde da Família, escolas e creches e pontos de comércio (geração de emprego e renda). As famílias sairão de áreas insalubres e de condições de vida subumanas para locais bem melhores e o rio será despoluído e poderá ser objeto de outro projeto de urbanização, que deverá ter o apoio do Governo Espanhol, adiantou o engenheiro Rômulo Polari.