Prefeitura inaugura escultura em homenagem ao poeta ‘Caixa D’água’

Por - em 1532

A Prefeitura de João Pessoa (PMJP) prestou uma homenagem ao poeta Manoel José de Lima, conhecido por ‘Caixa D’água’, com a inauguração de uma escultura na tarde desta quinta-feira (4), na Praça Aristides Lobo. A peça, confeccionada pelos artistas plásticos Domingos Sávio e Mirabeau Menezes e esculpida em concreto em tamanho natural, foi entregue à cidade pelo prefeito Ricardo Coutinho (PSB), em comemoração ao ‘Dia do Poeta’.

O prefeito destacou a importância de ‘Caixa D’água’ para a história da cidade, sempre exaltando a cultura do seu povo e os valores que compõe o cenário urbano do município. Para ele, a estátua traz consigo o símbolo dos poetas populares, que habitam ou que já fizeram parte de João Pessoa e da Paraíba.

“O monumento representa o reconhecimento dos valores populares e foi escolhido para ficar nesta parte da cidade por ela ter sido revitalizada recentemente e por ‘Caixa D’água’ representar muito bem este espaço”, comentou o prefeito.

No local, reuniram-se familiares, amigos, artistas e admiradores da obra do paraibano, que também foram prestar homenagem a este poeta popular de imagem tão marcante para a Capital. Jornalistas, escritores, vereadores e o ex-governador e dirigente do Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, também compareceram a inauguração da obra.

Escultura – Criada pelos artistas plásticos Domingos Sávio e Mirabeau Menezes, esculpida em concreto, em tamanho natural, a estátua ficará localizada numa das esquinas mais movimentadas da capital e passagem habitual do poeta, na Praça Aristides Lobo, ao lado do prédio do antigo Grupo Tomaz Mindello. Próximo a estátua, haverá uma placa contendo seu mais famoso poema, cujo trecho final reflete um pouco sua vida de artista: (…) Se o mar geme/ Se as folhas caem/ Se os navios param/ Se o vento norte apagou a lanterna/ Eu tinha nas minhas mãos somente sonhos/ Eu tinha nas minhas mãos somente sonhos.

Manoel ‘Caixa D’água’ nasceu no município de Cruz do Espírito Santo, em 5 de janeiro de 1934, mas aos 10 anos de idade mudou-se para a Capital paraibana, onde residiu até o ano passado, quando veio a falecer de insuficiência respiratória aos 72 anos, no dia 27 de março de 2006. Autor de 15 livros, ele notabilizou-se como ‘poeta das madrugadas’, circulando sempre de terno branco pelas ruas, botecos e gabinetes do centro de João Pessoa.

Obra – De 1977 a 2005, ‘Caixa D’água’ lançou os seguintes livros de poesia e ensaios, todos custeados pela venda direta: ‘Caminho perdido’ (1977), ‘O apaixonado das madrugadas’ (1979), ‘O verde canavial da minha terra’ (1981), ‘Nesta terra eu fiz milagres’ (1983), ‘No silêncio da minha rua aqui mora um solitário no alto da planície’ (1985), ‘Deixe um sonhador sonhar em paz’ (1987), ‘Desta montanha eu não vou descer’ (1989), ‘Xuxa – A menina que veio de um planeta forte’ (1991), ‘Ernani Sátyro – Um depoimento sobre um gênio’ (1993), ‘O menino voltou para a Ladeira da Borborema’ (1995), ‘O filho do lavrador que abalou o Brasil’ (1998), ‘Eu e as multidões’ (2000), ‘Ponta de Campina – Refúgio dos Siqueira’ (2001), ‘Rainha mãe dos humildes – História da Casa dos Estudantes’ (2003) e ‘A cidade sem porta – As ruas brancas de minha infância que não voltam mais’ (2005).