Usina transformará resíduos em material para construção civil

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A metralha produzida em João Pessoa agora terá destino certo. Ela será transformada em matéria-prima para construção de casas populares e pavimentação de ruas e avenidas pela Usina de Beneficiamento de Resíduos Sólidos da Construção e Demolição (Usiben). O empreendimento, localizado na rua Antonieta Sátiro s/n, no Jardim Laranjeiras, no bairro José Américo, tem a capacidade de processar 20 toneladas de entulho por hora e será inaugurado nessa terça (11), a partir das 9h, pelo prefeito da Capital, Ricardo Coutinho (PSB). A Usiben é o primeiro equipamento público desse tipo do Nordeste.

Além de fazer o descerramento da placa, que foi colocada em suporte de mosaico feito de reaproveitamento de material, o gestor municipal colocará a Usiben para funcionar. O evento contará com uma apresentação do coral da Emlur e do grupo de percussão Baticumlata.

O equipamento, orçado em R$ 1 milhão, foi instalado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur). A liberação dos recursos para a obra contou com a parceria do Ministério da Ciência e Tecnologia e a Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia.

A Usiben também colaborará com a preservação do meio ambiente, uma vez que toda a metralha que era colocada em terrenos baldios, aterro sanitário, leitos de rios e outras áreas de preservação agora será encaminhada para o beneficiamento. Esse material colocado em local inadequado deixará de ser um problema de saúde pública, pois não ficará entulhado e deixará de atrair vetores causadores de doença.

160 toneladas – A superintendente da Emlur, Laura Farias Gualberto, destacou que a Usiben foi projetada para minimizar os ruídos e a poeira na hora do transporte e processamento da metralha. O equipamento que transformará a metralha em material de construção é super moderno, revestido com manta anti-acústica. Para evitar poeira no processo de transporte e reciclagem, a área foi equipada com pequenos aspersores de água”, informou.

O diretor de Operações da Autarquia, Orlando Soares, explicou como será o funcionamento da usina. “Ela receberá a metralha e processará, transformando-a em matéria-prima. O resultado do processo, por sua vez, será usado na fabricação de blocos pré-moldados destinados à construção de casas populares e na pavimentação de ruas e avenidas. Com a usina nós chegaremos a processar cerca de 160 toneladas desse tipo material por dia, levando em conta que a usina vai trabalhar durante oito horas diárias, destacou.

‘Ecopontos’ – O recolhimento das metralhas ocorrerá em locais específicos, chamados de ‘ecopontos’. Oito deles estão sendo espalhados pela cidade. Os bairros que receberão as estruturas são: Altiplano, Valentina, João Agripino, Aeroclube, Cristo Redentor, Alto do Céu, Mangabeira e Manaíra. Os locais foram definidos depois de realizado um levantamento pela Emlur, que identificou esses bairros como maior incidência de entulhos de construção deixados em terrenos desocupados.

Cuidado com o meio ambiente – Antes da instalação da Usiben foi realizado o Plano de Controle Ambiental (PCA) e o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, contidas na Licença Prévia nº. 015/05 da Secretaria Executiva de Meio Ambiente (Semam). Além disso, toda a área da usina foi protegida com a plantação de 120 árvores do tipo craibeira. O local ainda deverá receber mais 100 árvores do tipo sabiá, gramas e eucaliptos. Alguns locais do pátio interno terão jardins. “Nós plantaremos um verdadeiro bosque naquela área, pois a nossa intenção é trabalhar em parceria com o meio ambiente”, comentou a superintendente.