Capacitação recicla professores que ensinam alunos com surdez
Teve início na tarde desta sexta-feira (11) a segunda edição do projeto Educação Bilíngüe: A Inserção da Prática Educativa nas Escolas de Inclusão, que acontecerá em João Pessoa até o próximo dia 2 de maio. O objetivo é capacitar especialistas e professores de alunos portadores de deficiência auditiva (surdos) matriculados na rede municipal de ensino. A promoção é da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) por meio de sua Secretaria de Educação e Cultura (Sedec). A atividade aconteceu no Centro de Capacitação dos Professores (Cecapro), localizado na Avenida Ministro José Américo de Almeida (Beira Rio).
No treinamento foram expostas as noções básicas sobre o que é surdez, como descobrir a deficiência, a metodologia a ser usada com os alunos e como os aspectos psicológicos podem influir no ensino e na aprendizagem dessas crianças. A instrutora da Sedec e pedagoga de libras, Mônica Lima, também é portadora de deficiência auditiva, e ela explicou que a função maior desse encontro é encarar a surdez apenas como uma diferença.
A deficiência auditiva não limita as funções das pessoas, cada um é capaz de ser o que desejar. A surdez é apenas mais uma diferença, entre tantas que encontramos. O mais importante nesse processo é ter a sensibilidade de respeitar, compreender as diferenças e criar mecanismos que possibilitem o crescimento das potencialidades desses alunos especiais, ressaltou Mônica.
Estresse Nesta primeira etapa da capacitação foi discutido o O Estresse e as relações interpessoais na prática docente, ministrada pelo professor Júnior Fidelles. A abordagem desse tema é uma forma de conhecer mais a realidade da relação entre professores e alunos. Por mais que seja feito um trabalho de conscientização, ainda encontramos casos de violência nas salas de aula e, por isso, os professores devem redobrar a atenção e os cuidados com esse tipo de problema, pois o stress é presente no dia-a-dia, observou.
Avaliação Já a professora Helena Célia Guerchman, da Escola Municipal Dumerval Trigueiro, falou da importância de se promover uma capacitação mais direcionada. É de extrema importância para que se faça uma avaliação de como as aulas estão sendo aplicadas e de como poderão ser melhoradas. Certamente a aplicação dessa prática irá melhorar a relação de aluno e professor, aumentando ainda mais a qualidade da educação do município.
Programa No próximo dia 18, acontece as palestra Aspectos psicológico e sociais no desenvolvimento da pessoa surda e Processo de leitura e escrita empregado para estudantes surdos, ministrada pela psicóloga e intérprete de Libras, Kátia Conserva. Já no dia 25 deste mês, a fonoaudióloga Patrícia Zenaide ministrará Causas da surdez e Atendimento fonoaudiológico.
No encerramento, que acontece no dia 2 de maio, haverá duas palestras: a primeira será Metodologias aplicadas no ensino de alunos com surdez e depois vem Avaliação de alunos com surdez, ministradas por Sandra Diniz. Na seqüência vem o tema Noções de Libras: ambiente escolar, ministrada pelas instrutoras Mônica Lima e Elizângela Lima.
Atenção especial Atualmente, a rede municipal de ensino municipal atende cerca de 50 alunos surdos, desde o Ensino Infantil até o Fundamental II. Eles estão matriculados em 23 escolas e cada uma delas possui um intérprete, tornando possível a sua permanência em salas de aula comuns.
A Sedec tem buscado dar ferramentas para que os profissionais tenham condições de prestar um atendimento diferenciado principalmente na disciplina de Português, que é o ponto mais sensível para esses alunos, e nas aulas de Língua Brasileira de Sinais (Libras), essencial para os surdos, explicou Sandra Diniz, pedagoga da Coordenação de Educação Especial da Sedec.
Mesmo a Secretaria disponibilizando em cada unidade de ensino um intérprete de Libras, é imprescindível esses alunos atingirem uma situação semelhante aos demais colegas, para que consigam se comunicar e alcançar todos seus objetivos, completou a pedagoga.