Curso prepara técnicos para disseminar prevenção de acidentes do trabalho

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A secretaria Municipal de Saúde (SMS), através do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), realiza até esta sexta-feira (28) o Curso de Preparação de Multiplicadores de Vigilância em Saúde do Trabalhador. Com duração de 40h, o curso começou na segunda-feira (24), no auditório do Hotel Netuanah. O objetivo é capacitar instrutores para qualificar técnicos que atuam no Centro e, assim, prevenir acidentes de trabalho e doenças ocasionadas por esforço repetitivo.

De acordo com a diretora do Cerest, Carmem Verônica, “com a capacitação dos instrutores, é possível uma ação de intervenção no ambiente de trabalho. Esta intervenção dar-se de forma a prevenir acidentes e doenças ocasionadas por esforços repetitivos”, observou.

Um dos ministrantes do curso, professor Luis Carlos Fadel de Vasconcellos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse que a iniciativa do Cerest é promover ações de vigilância em saúde com o olhar da saúde do trabalhador. “As Vigilâncias Sanitárias, tradicionalmente, quando fazem uma ação nos estabelecimentos comerciais ou hospitalares, verificam basicamente o produto a ser consumido ou o serviço prestado. A proposta é que os fiscais ampliem o seu olhar para verificar as condições dos trabalhadores daquele local. Ou seja, defender não só a saúde do consumidor, como também do trabalhador”, acrescentou.

Saúde do trabalhador – Luiz Carlos destacou que a saúde do trabalhador ainda é pouco observada no país, tanto no setor público, como no privado. Ele acrescentou que o resultado é um alto índice de acidentes de trabalho e doenças. O docente informou que os setores em que ocorrem os maiores números de acidentes de trabalho no País são na indústria metalúrgica, construção, agrícola, pecuária e extração.

Na Paraíba, os setores calçadista e têxtil, cana-de-açúcar, transporte, além de empresas de telefonia e telemarketing, lideram os casos de acidentes de trabalho e doenças ocasionadas por esforço repetitivo.

Fadel informou que pessoas com essas doenças, ou até vítimas de acidente de trabalho, chegam aos hospitais ou unidades de saúde, e as equipes geralmente não observam que o problema é em decorrência de um acidente de trabalho. “Por isso a importância do município de João Pessoa está desencadeando ações de vigilância da saúde para que esses problemas não continuem acontecendo. Este curso vai preparar as equipes da Vigilância não só para que os problemas de doenças e acidentes de trabalho sejam notificados, mas que seja eliminado o ciclo que está provocando as decorrências”, explicou.

Prevenção – O professor acrescentou que a prevenção de acidentes de trabalho deve ter um foco na educação para a melhoria dos ambientes, dos processos e na conscientização das pessoas. “Devemos investir numa vigilância muito mais educativa do que punitiva. “Evidentemente, em caso de reincidência, a vigilância tem que agir para impedir que o problema continue ocorrendo”, completou.

Palestra – Uma das atividades incluídas no curso foi a palestra de Carlos Minayo, também da Fiocruz, que discorreu sobre a Vigilância de Cadeias Produtivas do Biocombustível e, por extensão, do agronegócio. Na ocasião, foi discutida a implantação de um projeto piloto na Paraíba de vigilância de processos de produção para biocombustíveis.