PAC do Jaguaribe relocará 846 famílias para moradias dignas

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A mudança vai muito além do transporte de móveis e utensílios domésticos. Quando as 846 famílias deixarem suas casas de taipa, madeira e papelão nas comunidades Novo Horizonte I e II (nos bairros do Cristo Redentor e Cruz das Armas) e forem relocadas para as novas unidades habitacionais que estão sendo construídas no Vale das Palmeiras (Cristo), elas estarão mudando para um conceito de vida alicerçado sobre as bases da dignidade e cidadania. O projeto habitacional, dotado de toda infra-estrutura, está orçado em R$ 44 milhões e integra na Capital a segunda etapa das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, em parceria com a Prefeitura de João Pessoa (PMJP).

As obras iniciadas na primeira semana deste mês deverão ser concluídas no prazo de um ano. As famílias deixarão as condições insalubres das moradias às margens do rio Jaguaribe para assumir o novo endereço dos apartamentos de 41,74 metros quadrados com sala, dois quartos, cozinha, banheiro e área de serviço. O projeto inclui toda a urbanização do local, com pavimentação, drenagem, esgotamento sanitário e rede de água tratada.

Referência no Estado – O conjunto de intervenções propostas para o PAC do Rio Jaguaribe foi considerado pelos técnicos do Ministério das Cidades, em visita realizada no início de março, como referência no Estado. A secretária municipal de Planejamento, Estelizabel Bezerra, explica que tal importância está atrelada ao fato do projeto promover maior qualidade de vida às famílias beneficiadas, estimular os setores produtivos e provocar uma sensibilização da sociedade em relação ao equilíbrio social e ambiental, além de recuperar o rio como um todo.

As comunidades Novo Horizonte I (Cristo) e II (Cruz das Armas), no Alto Jaguaribe, são separadas pelo leito do rio e revelam uma ocupação urbana desordenada, onde a população residente está sob risco iminente de inundação e desabamento. Com base em um estudo realizado pela PMJP em 2007, para instituição de Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), o risco de inundação nessas áreas é de 80%. Somado a esse índice, existe uma exposição constante às doenças que proliferam em locais que não dispõem de infraestrutura básica.

Morador do Novo Horizonte I há 27 anos, Antônio Felipe Silva, 53 anos, aguarda ansioso o momento de deixar a casa de taipa de um só vão com os três filhos. Ele acredita que a relocação significa um recomeço de vida. “A gente mora dentro da água, com esgoto correndo na porta. Quando a gente sair daqui vai mudar muita coisa”, comenta.

A idéia é compartilhada por Denise da Silva Mendes, 27 anos, que começa a pensar em dias de maior conforto e segurança com o marido e as três crianças menores de nove anos. “Nós vamos sair de uma casa de madeira e papelão, deixar a beira do rio cheia de bichos e doenças.Vai ser muito bom”, avalia fazendo um comparativo com a nova moradia.

Benefícios – Além das comunidades Novo Horizonte I e II, o PAC no Vale do Rio Jaguaribe ainda beneficiará outras localidades nas imediações do Alto Jaguaribe (Jardim Guaíba, Jardim Bom Samaritano, Rua Projetada, Travessa Palmares, Rua Osvaldo Lemos, Novo Horizonte, Lagoa Antônio Lins e adjacências do Monte Cassino) e Baixo Jaguaribe (Chatuba e São José). No Médio Jaguaribe, o projeto contemplará as comunidades São Rafael e Padre Hildon Bandeira.