Agente da Emlur encontra e entrega carteira ao dono

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Acostumado a trabalhar limpando as ruas de João Pessoa, o agente de limpeza Jeová Barbosa de Melo, 50 anos, morador do Mário Andreazza, em Bayeux, teve um gesto de honestidade e integridade pouco comum nos dias de hoje: devolveu intacta uma carteira com documentos, cartões e dinheiro, que encontrou nas proximidades da Avenida Walfredo Leal, no Centro da Capital, enquanto fazia serviço de varrição.

‘Seu’ Jeová, que presta serviço a Autarquia Especial de Limpeza Urbana (Emlur) há 15 anos, abriu a carteira para verificar se havia algum telefone de contato e tentar entregar o objeto achado. Pediu para que o companheiro de trabalho, o também agente de limpeza Marcelo, ligasse para o número encontrado. Marcelo ligou e descobriu que a carteira era do radialista Washington Luiz, que tem um programa de notícias numa rádio local.
“Dinheiro dos outros para mim não interessa, eu trabalho e ganho com meu suor”, afirmou Seu Jeová que, apesar de estar passando por dificuldades financeiras, não teve dúvidas em entregar a carteira ao verdadeiro dono.

Washington Luiz agradeceu no ar a atitude honesta e dedicou o programa aos dois funcionários da Emlur. O radialista não poupou elogios. “Os dois foram de uma honradez e de uma honestidade dificilmente vistas”, disse. Os agentes de limpeza informaram ao radialista que a recomendação da direção da Emlur é que qualquer objeto encontrado no horário de trabalho seja entregue, quando houver algum tipo de identificação.

O superintendente da Emlur, Coriolano Coutinho, ressaltou os princípios de caráter e honestidade do agente de limpeza Jeová Barbosa, que encontrou a carteira e teve a honestidade de entregar o objeto. “É uma atitude digna e honesta de um homem humilde que, encontrando a carteira, preocupou-se em devolvê-la ao verdadeiro dono”, disse o superintendente, que fez questão de parabenizar Jeová pela atitude cidadã.

Sobre seu gesto, seu Jeová afirmou que não fez nada demais, apenas o que é correto. “Aprendi com meus pais a ter consciência do que é meu, a querer só o que é meu e a ser honesto, pois a honestidade é um bem que ninguém pode tirar de um homem”, disse orgulhoso. Seu Jeová sai todos os dias muito cedo de casa e vai ao trabalho de bicicleta. Ele contou que nesses anos de trabalho já encontrou vários objetos e sempre os devolveu. “Em fevereiro encontrei os documentos de um soldado da PM e fui entregar”, disse Jeová, que se sente bem com essa atitude. “O que não é meu, eu entrego”, enfatizou.