Mostra de Jonas Lourenço na Estação Cabo Branco homenageia JP

Por - em 893

O artista plástico e arquiteto Jonas Lourenço abre nova mostra de artes nesta quinta-feira (4), às 19h, no segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano. A mostra intitulada “Filipéia” fica aberta para visitação pública de terça à sexta-feira das 9 às 21h, e sábado e domingo das 10h às 21h, até o dia 30 de agosto.

A mostra faz parte das comemorações do 426º aniversário da cidade de João Pessoa e leva o título nome da cidade “Filipéia”, que em 1600 chama-se Filipéia de Nossa Senhora das Neves, em homenagem ao Rei Felipe da Espanha.

Em “Filipéia” o visitante vai encontrar pinturas, esculturas e instalações que retratam a cidade de João Pessoa e seus monumentos históricos e arquitetônicos. O novo trabalho se insere na arte urbana, através dos signos e técnica do grafitti. Cada uma das obras é ligada ao olhar do arquiteto que ajuda a dar forma a exposição: tornar a representação liberta de um olhar preciso, desfazendo da capacidade de captar os elementos que individualizam a imagem, seja do monumento ou paisagem que é recortado e eternizado na tela.

Jonas Lourenço comenta no texto de abertura da mostra que a exposição está ligada aos sentidos, de apropriação e perda do mundo, as figuras, segundo ele, são usualmente riscadas, vazadas ou ocultas em sombras, abstrações às avessas do encantamento com a faculdade da visão. Filipéia mostra uma pintura urbana, hora geométrica, hora orgânica. Cada um desses trabalhos também traz em potência, contudo, o afastamento da acomodação do estilo, a busca inquieta pelo que sempre se esconde atrás e além da imagem perfeita que se espera.

Após traçar, em dezenas de desenhos, um esboço do rigoroso itinerário de investigação plástica através da qual habita e vê o mundo, introduz elementos como trilhos, caminhos, passagens, pontes, quase sempre presentes na obras.

Pontuando, através da sutileza cromática que o acrílico segreda a leveza e a força de que suas figuras se ocupam, também as submete, contudo, ao que move a arte e alimenta o ofício: o reconhecimento da matéria plástica de tudo o que transforma em traço ou mancha sobre o plano. Tateando um espaço de profundidade desconhecida, um outro traço liga as delicadas texturas e variações de marrons do ambiente vasto que não apenas o cerca, mas o enclausura.

O artista plástico Jonas Lourenço comentou que uma obra que tem como referência a cidade de João Pessoa e sua arte. Uma busca do potencial da situação específica do artista na sociedade, tornando esta relação um dos fundamentos da expressão poética. Há uma preocupação em retomar a história da arte, colocando o fazer artístico no interior de um processo de discussão e avanço da linguagem. Esta trajetória vem se desenvolvendo em sucessivos momentos marcados por delimitações de temas, preocupações, técnicas e recursos visuais. Num primeiro período, a partir de 1996, quando retornando da Espanha, até por volta de 1999, quando realiza uma obra que se aproxima do expressionismo, utilizando refugos ou sucatas industriais.

“O expressionismo já era responsável pela intensidade da cor que, não raras vezes, se transmutava na própria matéria. A partir de 1999, o interesse pela pintura se fortaleceu ao apresentar obras figurativas acrescentando-lhes materiais marcados e desgastados pelo tempo”, explicou Jonas Lourenço. A experiência pela procura de novas possibilidades é exercitada nesta mostra Filipéia, dando continuidade ao rompimento com os cânones pictóricos, procurando, assim, ampliar as possibilidades da arte.

A obra atual sintetiza este momento de intensa relação entre técnicas diferentes e estruturadas na imagem da cidade e suas veladuras, pontes, caminhos. Estão indefinidas as fronteiras do conceito, tornando unitária e estruturante a simultaneidade de suportes e linguagens.

O artista – Jonas Lourenço é natural da cidade do Rio de Janeiro e desde pequeno teve paixão pelas artes (música, teatro e artes plásticas). Radicado em João Pessoa há alguns anos graduou-se em psicologia e arquitetura. Paralelo atua como artista plástico e regente. Na época de estudante fez pesquisa científica, durante quatro anos, sobre pigmentos naturais e tintas.

Nestes 15 anos de atividade já desenvolveu grandes projetos de arquitetura voltados para o meio ambiente. Foi autor do projeto do Jardim Botânico de João Pessoa. É autor do projeto paisagístico do Parque do Roger, antigo lixão da cidade, que causou grandes transformações urbanísticas na região. O trabalho rendeu frutos para o arquiteto e para a Paraíba, com a sua convocação para participar do projeto Silubesa – iniciativa envolvendo Brasil e Portugal.

Em 1996 percorreu a Espanha, Itália e França, onde descobriu novas soluções de projetos e materiais alternativos. Em 2007 percorreu novos caminhos em Paris, Londres e Amsterdã desenvolvendo um acervo de materiais para estudos e esboços que serviram de base para novos trabalhos. Atualmente investiga novos caminhos para seus trabalhos de arte, desconstruindo, reconstruindo, expandindo seus horizontes através da sua pintura contemporânea.

 

SERVIÇO:

FILIPÉIA – Jonas Lourenço

Abertura: Quinta-feira (4)

Hora: 19h

Local: 2º pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Arte – Altiplano.

Informações: 3214.8303/8270