Exposição reúne fotos feitas por moradores do Porto do Capim

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Será aberta no próximo dia 22, às 17h22, a exposição Memórias Ribeirinhas, com um acervo de mais de 50 fotos feitas na Comunidade Porto do Capim pelos próprios moradores. A exposição vai acontecer até o dia 30 de outubro na Casa do Erário, localizada na Praça Rio Branco, 30, Centro, em uma realização da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Coordenadoria do Patrimônio Cultural (Copac), em parceria com a Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional da Paraíba (IPHAN-PB)

De acordo com o coordenador da Copac, Fernando Moura, a exposição surgiu da necessidade de preservação da identidade cultural da Comunidade Porto do Capim, que será retirada das casas às margens do Rio Sanhauá para moradias construídas pela PMJP.

“Mesmo indo para um local melhor, nós queremos preservar o máximo possível da história de vida dessas pessoas que vivem em uma das áreas mais antigas da cidade. Para diminuir esta ruptura do estilo de vida deles, vamos construir um pequeno memorial, caracterizado como as habitações da comunidade”, explica Fernando Moura.

A exposição surgiu do acervo de centenas de fotos tiradas pelos moradores do Porto do Capim que participaram da oficina Percepção do Olhar, realizada no ano passado pela Copac, sob coordenação do fotógrafo Ricardo Peixoto. Serão expostas 50 fotos divididas em alas, além de imagens individuais de alguns dos moradores da comunidade.

Participaram da oficina em torno de 30 pessoas, crianças e adolescentes em sua maioria, que utilizaram as lentes fotográficas para retratar seu cotidiano. As fotografias mostram pessoas andando nos trilhos do trem, o Rio Sanhauá, a pesca, os amigos e as pessoas da comunidade em seu deslocamento diário.

De acordo com a assessora técnica do Núcleo de Educação Patrimonial da Copac, Fernanda Rocha, os participantes da oficina tiveram noções de técnicas de fotografia, como angulação, posicionamento e foco, e receberam câmeras fotográficas para fazer as fotos. “A ideia do projeto é que eles desenvolvessem a percepção do local onde vivem”.

Para Josélia Martins, também do Núcleo de Educação Patrimonial, a qualidade do acervo surpreendeu os organizadores da exposição. “Tivemos de selecionar bem o material porque tivemos fotos muito boas”.

O evento também é realizado pela Casa do Patrimônio de João Pessoa, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e pelo Ministério da Cultura. Apoiam a exposição a Associação dos Moradores do Porto do Capim, a Oficina-Escola de João Pessoa e o Laboratório de Relações Públicas da UFPB.

Expansão – Segundo Fernando Moura, a Copac tem a intenção de expandir a atividade de preservação de memória cultural para diversas localidades de João Pessoa, como a colônia de pescadores da Penha, ou as áreas rurais da cidade, que inevitavelmente vem sendo reduzidas nos últimos anos.

O acervo da exposição Memórias Ribeirinhas será exposto nas escolas da rede municipal de ensino e depois será levado para o memorial da comunidade Porto do Capim. A PMJP está aguardando a liberação de área para a construção de habitações para os moradores da comunidade. Serão investidos R$ 11.678.861,86 com recursos do programa Pro-Moradia.