Prefeito prestigia ‘Flor da Paixão’ que encerra após 12 mil espectadores

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Domingo de Páscoa marcou o encerramento das três noites de encenação do espetáculo “Flor da Paixão”, no Espaço Cultural, prestigiada por cerca de 12 mil pessoas. O prefeito da Capital, Luciano Agra (PSB) esteve presente nessa última noite do espetáculo criado há sete anos e contado de oito formas diferentes até hoje. A realização foi da Prefeitura de João Pessoa (PMJP), por meio da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) em parceria com o Governo do Estado.

“Como espectador, fiquei muito satisfeito. E como prefeito, mais ainda”, disse Luciano Agra no final da encenação. “O que a Funjope tem patrocinado é uma verdadeira renovação, porque essa é a nossa política cultural. Pudemos ver no espetáculo muitos talentos paraibanos. A música, por exemplo, foi toda uma concepção de profissionais daqui”, disse.

Assim como o prefeito, a platéia assistiu atenta a todo espetáculo, independente da faixa etária. O estudante Arthur Morais, de 19 anos, foi uma das pessoas presentes na arquibancada. “Achei fantástica a ideia de juntar a Paixão de Cristo com o cotidiano da cidade, como (os blocos) as Virgens (de Tambaú) e Cafuçu”, observou.

A pequena Raíssa Cavalcante, de apenas 9 anos de idade, também garantiu que entendeu tudo e escolheu o que mais emocionou. “Achei lindo. A melhor parte foi quando Jesus morreu e depois ressuscitou”, disse. A mãe de Raíssa, a técnica de informática Naiara Gouveia, 24 anos, concordou com a filha. “Foi bem dinâmico. Deu para entender tudo”, comentou.

Balanço positivo – Após atrair cerca de 12 mil espectadores durante as três noites de apresentações, o espetáculo “Flor da Paixão” consolidou o sucesso do projeto, que é resultado da implantação de um novo modelo da Paixão de Cristo, adotado desde 2005. “Esse formato de contar a história de Jesus buscando ligá-la à nossa realidade, com elementos da cultura popular, já está consolidado. A freqüência do público, todos os anos, tem sido excelente. Em 2011 e 2012, firmamos parceria com o Estado, por meio da Funesc (Espaço Cultural), para darmos mais conforto ao público, em um ambiente protegido de chuvas. Cada ano é uma aprendizagem”, ressaltou o diretor executivo da Funjope, Milton Dornellas.

Na opinião do coordenador de teatro da Funjope, Nanego Lira, a participação de uma equipe local e de uma história selecionada em edital público coroou o projeto. “Estamos encerrando um ciclo de oito edições com espetáculos diferentes a cada versão, dando oportunidade aos artistas e encenadores de nossa terra”, afirmou. “Nesse último, ‘Flor da Paixão’, tivemos já o primeiro dia lotado e o público aplaudindo de pé. A peça conseguiu atingir o objetivo de mostrar as particularidades de nossa cidade e ao mesmo tempo contar de forma clara a história bíblica mundialmente conhecida”, observou Nanego.

Para o diretor de ‘Flor da Paixão’, Antônio Deol, uma das maiores provas de que a mensagem da narrativa foi bem captada pelo público está nas manifestações da platéia. “A gente percebeu, pelos comentários e pela receptividade, que foi possível unir a tradição com alguns elementos diferentes que ainda não tinham sido vistos em Paixões passadas”, observou. “Entre as cenas de mais manifestação e receptividade da plateia estão aquelas ligadas à Pietá (Maria com o corpo morto de Jesus nos braços, após a crucificação) a Via Crucis, a morte e a ascensão de Cristo”, enumerou.

Sete anos inovando – Desde 2005, a Divisão de Teatro da Funjope inovou o projeto da Paixão de Cristo na Capital. Ele passou a contar com dramaturgos e autores paraibanos, selecionados mediante concurso. De lá para cá, os espetáculos apresentados foram: “Mistério da Paixão” (2005), com direção de Eliezer Rolim, dramaturgia de Diógenes Maciel; “Cordel da Paixão de Deus” (2006), dirigido por Duílio Cunha, com dramaturgia de Tarcisio Pereira; “Jesus, uma Paixão” (2007), que teve a direção de Humberto Lopes, dramaturgia de Cely de Freitas; “Maria Canta a Paixão” (2008), dirigido por Antonio Deol e Duílio Cunha, com dramaturgia de Luiza Barsi e Helena Madruga; “Paixão do Menino Deus” (2009), com direção e dramaturgia de Tarcisio Pereira; “Paixão da sagrada Família” (2010), que teve direção e dramaturgia de Antonio Deol, com projeto cênico do Grupo de Teatro Graxa; “O Divino Calvário”(2011), com direção de Marcos Pinto; e “Flor da Paixão (2012), dirigido por Antônio Deol.