Empresários se unem para formar cooperativa de crédito com o apoio do Empreender-JP

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Empresários de João Pessoa e de outras 14 cidades do litoral paraibano estão se organizando em uma cooperativa com o objetivo de garantir investimento e ampliação de negócios. O projeto está em elaboração com o apoio do Programa Municipal de Apoio aos Micro e Pequenos Negócios de João Pessoa (Empreender-JP) e, dentro de 90 dias, deve ser encaminhado ao Banco Central.

A iniciativa vai atender a 15 municípios da Região Metropolitana de João Pessoa e do litoral: João Pessoa, Cabedelo, Lucena, Mamanguape, Rio Tinto, Baía da Traição, Mataraca, Marcação, Cruz do Espírito Santo, Sapé, Santa Rita, Bayeux, Conde, Pitimbu e Alhandra.

Nesta terça-feira (10), um grupo de 35 empresários participou de um café da manhã no Sebrae-PB para definir a comissão de constituição da nova entidade, que se chamará Cooperativa de Crédito Empreender Litoral. De acordo com o secretário municipal do Trabalho, Produção e Renda Raimundo Nunes, também responsável pela gestão do Empreender-JP, essa comissão terá 20 integrantes. Os nomes ainda não estão definidos, mas todas as entidades se comprometeram a participar.

Segundo encontro – No dia 24 de julho, o grupo irá a Campina Grande, para conhecer o funcionamento da cooperativa de empresários que funciona há dois anos na cidade. Hoje, a entidade já capitalizou R$ 20 milhões, tem dois mil associados e fuma ilial no município de Queimadas.

Estiveram presentes à reunião desta terça-feira micro e pequenos empresários e representantes da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), do Sistema de Cooperativas de Crédito (Sicoob), da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), da Associação Comercial e das Federações do Comércio (Fecomércio), da Indústria (Fiep), da Agricultura (Faepa) e das Microempresas (Femip).

Capitalização – Depois de estabelecer a comissão de constituição, começará a fase de capitalização da cooperativa. De acordo com Nunes, a meta inicial é capitalizar R$ 1 milhão e reunir 500 sócios.

Para isso, as entidades que estão participando e apoiando o projeto se comprometeram a divulgar e reunir nomes de empresários interessados em se tornar cooperados. No caso do Empreender-JP, serão indicados 200 nomes de beneficiários que contribuirão com mil cotas de R$ 1, cada um, num investimento total de R$ 200 mil. Esse dinheiro será emprestado aos empreendedores pelo próprio Empreender, de acordo com as regras do programa.

Banco Central – Com a garantia da capitalização dos recursos e a relação com o nome dos 500 primeiros cooperados, o projeto de formação da cooperativa (que deve ficar pronto em até 90 dias) será encaminhado ao Banco Central por meio do Sicoob. A expectativa é de que o BC demore de seis a nove meses para analisar e liberar o projeto. “Os recursos capitalizados ficarão depositados na Cooperativa de Empresários de Campina Grande até o dia da constituição da entidade no Litoral, o que vai assegurar o rendimento da Selic”, explicou Nunes.

De acordo com ele, a criação da cooperativa de crédito vai transformar a realidade do setor empresarial nos 15 municípios beneficiados. “É um fato histórico na política de incentivo ao empreendedorismo em João Pessoa e nos demais municípios beneficiados”, disse.

Regras – Raimundo Nunes explicou que as cooperativas de crédito funcionam de forma semelhante aos bancos, porém, os cooperados são ao mesmo tempo sócios e clientes da entidade. Os pequenos empresários ligados ao Empreender-JP vão poder se beneficiar principalmente dos juros menores.

Hoje, eles só podem pedir empréstimo pelo programa municipal no valor de até 10 salários (R$ 6.220,00) e muitos, após quatro ou cinco renovações de contrato, atingem uma demanda de investimento que supera esse patamar. Assim, terminam voltando ao sistema bancário tradicional, que oferece juros muito elevados.

Por meio da cooperativa, eles vão poder retirar empréstimo a taxas menores do que as do mercado, movimentar conta corrente e poupança, fazer investimentos, solicitar cartão de crédito e cheque etc. Além disso, os cooperados também têm direito, no final do ano, às “sobras” – o que o sistema financeiro tradicional chama de lucro.