Mais de 1,8 mil alunos das Estações Digitais recebem certificados

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Começou nesta terça-feira (4) a entrega de mais de 1,8 mil certificados do curso de Informática Básica das Estações Digitais, projeto de inclusão digital realizado pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, (PMJP) por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec). Os alunos matriculados nos telecentros do Centro de Referência da Cidadania (CRC) Valentina, Clube do Idoso e CRC Bancários foram os primeiros a receber a os certificados da Secitec. A entrega continua até o dia 14 de dezembro.

De 2010 até agora, mais de 5,8 mil alunos foram qualificados por meio das Estações Digitais, através de cursos de informática básica e oficinas especiais. Só neste semestre, 186 turmas foram formadas e a ideia é aumentar esse número em 2013.

“O projeto das Estações Digitais tem uma importância enorme para essas comunidades porque dá a oportunidade de qualificação gratuita a muitos jovens, além de inserir adultos e idosos na era digital. É um projeto maravilhoso e temos a expectativa de que ele vai mudar a vida de muitas pessoas”, ressaltou o secretário.

De acordo com o titular da pasta, a visita às Estações Digitais vão continuar durante a entrega dos certificados. “Quero conhecer de perto todas as pessoas que fazem parte do programa Estações Digitais. Estar perto dos instrutores, ver as condições de trabalho e saber o que a gente pode fazer para acrescentar e tornar o projeto ainda melhor. A ideia é que todos os bairros de João Pessoa tenha pelo menos uma Estação Digital. Estamos trabalhando para isso”, reforçou.

Só este ano, a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) modernizou cinco telecentros e inaugurou outros cinco. Ao todo, 32 Estações Digitais promovem inclusão digital em vários bairros da Capital. Além dos cursos ministrados por professores capacitados, os telecentros oferecem à comunidade acesso gratuito à internet.

Formação – Os cursos de Informática Básica das EDs tem duração de seis meses. As turmas são formadas por 10 alunos, com aula duas vezes por semana. Em geral, os alunos são divididos por faixa etária. Enquanto uma turma absorve os alunos mais novos, com foco no primeiro emprego, a segunda reúne alunos adultos e idosos.

“O nosso objetivo é formar turmas que tenham o mesmo ritmo. Naturalmente, os alunos mais jovens têm mais facilidade, muitos já são usuários de internet, enquanto as turmas formadas por adultos e idosos possuem um tempo diferente. Muitos deles sequer tiveram contato com o computador”, explica o instrutor do CRC Bancários, José Roberto Lauria.

Por outro lado, o interesse dessas turmas é inversamente proporcional ao seu ritmo. De acordo com a instrutora do CRC Bancários, Drienny Dayse Pereira, os adultos e idosos são muito empenhados e se importam mais com o curso. “Eles são pontuais e assíduos. Se esforçam muito e querem aprender de fato. Os jovens estão interessados basicamente nas redes sociais”, comenta a instrutora.  

Aprendizagem – A artesã Maria Cristina Gomes Cavalcante, de 49 anos, é uma das alunas formadas na turma do segundo semestre do telecentro do CRC Bancários. Ela conta que procurou a Estação Digital com o objetivo de organizar e divulgar o seu trabalho. “Comecei a sentir a necessidade de arquivar alguns trabalhos, além de divulgar o meu produto na internet. Vi aqui a oportunidade de ficar independente da minha filha e não depender mais dela para criar uma pasta, por exemplo,”, comenta a artesã.

A psicóloga Andrea Meira, 49, também procurou o curso da ED para se inserir no universo digital. “Nos dias atuais, todo mundo precisa usar a tecnologia. Infelizmente os nossos filhos não têm paciência para ensinar e aqui eu encontrei pessoas com as mesmas dificuldades e que caminham no mesmo passo que eu. Todos nós subimos alguns degraus e evoluímos muito nos últimos meses. Agora é seguir em frente”, afirmou Andrea.

Uma mãozinha no primeiro emprego – Na Estação Digital do CRC Mandacaru, a jovem Bianca Rodrigues, de 15 anos, já é a quarta pessoa de uma mesma família a concluir o curso de Informática Básica nas instalações. Ela decidiu seguir o exemplo dos irmãos e da cunhada e procurou o telecentro para se qualificar. “Eles fizeram o curso e hoje estão empregados. A gente escuta todo dia que usar o computador é uma exigência para qualquer emprego no futuro, por isso estou aqui”, conta.