Alunos debatem experiências de dança em Mostra Didática
Um debate entre alunos, professores e coordenadores marcou, na manhã desta quinta-feira (3), a realização da II Mostra Didática de Dança das Escolas Municipais, que acontece no Centro de Arte e Cultura Municipal (Cacum), localizado no Teatro Ednaldo do Egypto, no bairro de Manaíra. A mostra integra o projeto Dança na Escola, realizado pela Secretaria de Educação e Cultura (Sedec) de João Pessoa.
Na ocasião, grupos de estudantes apresentaram coreografias. As discussões sobre o Dança na Escola envolveram crianças de 11, 12 e 13 anos de idade das escolas Padre Leonel da Franca, Lions Tambaú e Dom Hélder Câmara, que puderam expressar sentimentos e experiências sobre o universo da dança.
Estudos sobre diversos temas de domínio popular foram explorados e apresentados em forma de movimentos, sons e cores. A primeira coreografia contou a lenda da Fonte Tambiá, localizada no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), que segundo a estória surgiu através das lágrimas da índia Aipré, que chorou a morte do índio Tambiá durante 50 luas.
Os bailarinos dessa dança deram vários depoimentos e aprenderam muito sobre o povo indígena e a lenda. Eu não vejo mais a Bica como antes. Eu não dava tanto valor como dou agora, pois quando fomos até a fonte para conhecer a estória, passei a ver aquele local com outros olhos e com mais carinho, disse a menina Jéssica que interpretou a índia Aipré. Já o bailarino Fabrício, de 11 anos e que viveu o papel do índio, disse que mesmo recebendo o preconceito dos amigos, que dizem ser coisa de menina, ele não vai desistir de dançar, porque é apaixonado por isso. Ele procurou sua professora e pediu para fazer parte da coreografia.
Consciência ambiental A dança temática sobre floresta amazônica expressou a preocupação dessas crianças com a preservação do meio ambiente. Foi uma espécie de alerta à destruição da mata pelo homem. Outro tema explorado foi a brincadeira de roda. Uma das meninas, Isabela de apenas 11 anos, disse que adora dançar e descobriu isso desde pequenininha. Sempre que meu pai colocava música lá em casa, eu vestia uma roupa linda e maravilhosa e já começava a dançar para a minha família, relatou a menina.
A coordenadora do projeto Dança na Escola, Joseneide Correia Behar, explicou que o objetivo da mostra didática está sendo alcançado. Os integrantes desse projeto são verdadeiros desbravadores, pois superam qualquer obstáculo e acreditam na dança como desenvolvimento social, psicológico e cultural dos alunos. Aqui eles estão podendo se expressar e dizer o quanto essa experiência está ajudando-os a superar os preconceitos, aumentar a auto-estima e desenvolver mais sentimentos de desejo pela dança, disse Behar.
Espaço aberto Já o coordenador do Centro de Arte, Beto Black, disse que as portas do Teatro Ednaldo do Egypto estarão sempre abertas para esses alunos. Sempre que o professor precisar ensaiar as coreografias ou mesmo dar aulas, independentemente do currículo pedagógico, terá a abertura de nos procurar e agendar um horário nesse palco, enfatizou.
Programação A II Mostra Didática de Dança seguiu no período da tarde com as escolas Leônidas Santiago, Santa Emilia e a Escola Durmeval Trigueiro Mendes. Nesta sexta-feira (4), por ocasião do encerramento, participam as unidades escolares Apolônio Sales, Analice Caldas e José Novais. Além desses estabelecimentos, os alunos que estudam próximo ao Teatro, a exemplo daqueles matriculados na Escola Nazinha Barbosa, também estarão presentes durante a ação, que pretende integrar ainda mais estudantes no universo da dança.
Joseneide Behar explicou que por motivos excepcionais o evento não pôde ser iniciado na quarta-feira (2) e os alunos das escolas Virginius da Gama e Melo e da Anita Trigueiro do Vale irão exibir suas coreografias até o final da mostra.