Alunos fazem apresentação sobre Relações Etnicorraciais e Combate à Homofobia

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Um evento na Estação Cabo Branco – Ciência e Artes, no bairro do Altiplano, realizado, nesta quinta-feira (20), a partir das 14h, intitulado “Alunos (as) Construindo Cidadania Igualitária”, marca o encerramento do “Projeto de Relações Etnicorraciais e Combate à Homofobia no Contexto Escolar”. A ação foi realizada durante os meses de agosto e outubro pela Coordenadoria Municipal de Promoção à Cidadania LGBT e Igualdade Racial, em parceria com a Secretaria de Educação e Cultura (Sedec).

A solenidade contará com a participação 360 alunos de nove escolas, cada uma de um Pólo de Educação do Município, que vão apresentar uma das ações que eles sugeriram para ser feita nas escolas para o enfrentamento destas questões. Os presentes vão assistir vídeos produzidos pelos próprios alunos, cantigas, peças teatrais e apresentações de dança.

“Esse trabalho proporcionou aos estudantes adquirir mais conhecimentos sobre essas temáticas, e de leis que nos protegem e nos defendem em atos praticados de racismo, homofobia e intolerância religiosa. No Brasil acontecem diversos crimes de racismo, e esses ficam sem punição. No caso da homofobia , ela surge no cenário da sociedade contemporânea de uma forma muito violenta”, enfatiza Adeilson Felix da Rocha, assessor especial da Coordenadoria LGBT e Igualdade Racial.

Balanço – Durante a implantação do “Projeto de Relações Etnicorraciais e Combate à Homofobia no Contexto Escolar”, técnicos da Coordenadoria estiveram nas nove escolas sensibilizando não apenas os estudantes, mas também os professores, servidores e os pais.

O projeto foi bem recebido nas unidades escolares, e além das ações apresentadas na Estação Cabo Branco, outras foram desenvolvidas pelos estudantes e aplicadas nas escolas. Entre as sugestões, a realização de caminhadas nas ruas do bairro, alertando para o combate desse tipo de preconceito, dinâmicas em sala de aula sobre o tema, e até mesmo a punição do aluno que praticar o racismo, a homofobia e a intolerância. Esse estudante deveria apresentar uma palestra na sala do colega que foi ofendido.

De acordo com Dulce Edite Soares Loss, assessora técnica da Coordenadoria, estatísticas realizadas pelo IBGE em 2011, no Estado da Paraíba, ouviu 2.823.492 pessoas, e 63% revelaram que a influência da cor/raça em suas vidas é afirmativa. No caso das escolas, a influência da cor/raça alcança um índice de 59,35%.

Ainda segundo Dulce Edite, “o mais assustador é que a média de nota dos alunos brancos é 12,40% superiores à dos alunos negros; enquanto que no 3º ano do Ensino Médio esse número aumenta para 22,41%”, disse. “A homofobia também traz índices alarmantes como mostra a pesquisa feita pela RITLA que traz a pergunta – Que pessoas vocês não gostariam de ter como colegas de classes? – 44% dos alunos masculinos responderam serem os homossexuais. Acredito que com a realização deste projeto conseguimos alavancar novas proposituras para que o corpo docente das escolas municipais trabalhem, através do olhar dos seus alunos, futuros atores na construção de uma sociedade igualitária, onde os direitos humanos tenham um alcance de respeito às diferenças humanas”, reforçou.

Ainda como resultado das visitas nas escolas, a equipe técnica da Coordenadoria verificou que em uma turma de 40 alunos participantes, 20 declararam que foram vítimas de racismo, além de relevarem que essa prática também era usada contra funcionários da escola.

Para fazer com que assunto fosse melhor compreendido, os estudantes foram convidados para escrever frases sobre o assunto, e entre elas estão: “Homofobia é algo que afeta diretamente a vida de qualquer pessoa LGBT que venha a sofrer deste mal. Alguns sofrem psicologicamente já outros fisicamente. Isto é algo que na atualidade já não deveria acontecer”; “Intolerância religiosa, entendemos que são pessoas que não aceitam a religião oposta, elas acham que a única religião coerente é a deles, e a única que deve ser seguida, porém cada um tem o seu livre arbítrio para seguir o caminho que quer”; “Mais respeito, o negro, os religiosos, as lésbicas, também tem seu valor”.

Atividades e assuntos abordados:
– Realização de oficinas de sensibilização com professores e funcionários;
– Promoção de palestras e seminários para professores, funcionários e familiares das crianças e adolescentes;
– Acompanhamento e debate da implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que tratam da obrigatoriedade dos estabelecimentos escolares, públicos e privados, incluírem o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, e incluir no Calendário Escolar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro);
– Verificação do respeito às portarias 384/2010 e 1.612/2011, e o Decreto 32.159/200, que dispõe sobre o direito ao uso e tratamento pelo nome social a travestis e transexuais na rede de ensino, saúde e assistência social;
– Conferir a aplicação do Estatuto da Igualdade Racial – seção II, Arts 11ao 16 e Cap III – que falam de uma educação livre de racismo e promotora da igualdade de direitos com respeito às diferenças humanas, além da implementação do Programa Brasil sem Homofobia;
– Criação de estratégias, a serem incluídas, no Planejamento Pedagógico anual, com a participação dos estudantes, voltado para o combate ao racismo e homofobia;
– Elaboração de uma cartilha educativa.

Foram contempladas as seguintes escolas municipais:

– Escola Municipal David Trindade;
– Escola Municipal Dumerval Trigueiro Mendes;
– Escola Municipal João Dantas Cruz;
– Escola Municipal Antônia do Socorro Machado;
– Escola Municipal Frutuoso Barbosa;
– Escola Municipal Nazinha Barbosa;
– Escola Municipal Anayde Beiriz;
– Escola Municipal Antenor Navarro;
– Escola Municipal Zulmira de Novais