Artesanato promove economia solidária entre mulheres do Padre Zé

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Uma oficina de bijuterias e produtos de utilidade doméstica está mudando a realidade de dezenas de donas de casa do bairro Padre Zé. Desde que o projeto Ecoartes se instalou na associação comunitária do bairro, em agosto, muitas delas, que conheciam apenas o ofício doméstico, aprendem os fundamentos da economia solidária e extraem do artesanato a chance de um rendimento extra ao fim do mês.

“Para produzir cada uma das peças, o gasto é pouco, menos de R$ 4 – e é possível revender cada uma a R$ 10. Nas aulas, ensinamos técnicas de costura, colagem e a fazer os apliques”, cita Elizabeth Carneiro, que ministra as aulas às segundas. São panos de prato, chaveirinhos, tiaras, broches, pesinhos de porta e o que as alunas trouxerem de sugestão de casa – já que a maioria tem vivência no artesanato. A dona de casa Eliane Diniz, de 36 anos, foi às primeiras aulas sem grandes expectativas até descobrir a vocação para o trabalho manual. Hoje, fatura R$ 900 só de encomendas de acessórios infantis para a vizinhança. “Eu nem apostava que poderia me interessar tanto, quanto mais transformar um recém-adquirido hobby em trabalho”, diz ela.

Mais do que propiciar uma atividade terapêutica e rentável para essas mulheres, o projeto ajuda a movimentar a comunidade. “Há tempos, lutávamos com o poder público por uma oficina que envolvesse a comunidade em atividades como esta. A necessidade se faz ainda mais presente diante da criminalidade jovem no Padre Zé”, diz Severino Olímpio, líder comunitário e ativo militante do bairro. “Precisamos mostrar o lado bom da nossa comunidade”, conclui.

Oficinas culturais – Projeto da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), as oficinas culturais de bairros contemplam, entre outras, atividades de cultura popular, culinária, artes cênicas e visuais, dança, educação ambiental, circo, literatura e música.

As oficinas beneficiam uma média de 600 pessoas, entre crianças e jovens de diversos bairros da Capital, atuando na propulsão da vocação artística e cultural de cada comunidade. “Estar à frente de um programa que promove o protagonismo social e melhora a vida das pessoas – muitas vezes em áreas que historicamente sempre enfrentaram graves problemas – é muito gratificante”, salienta Gabriela Marques, assessora pedagógica da Fundação.