Benedict Klöckner brilha no quarto dia de Festival Internacional de Música Clássica

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Dina Melo

II Festival Internacional de Música Clássica - foto Rafael Passos

II Festival Internacional de Música Clássica – foto Rafael Passos

O cellista alemão Benedict Klöckner, de 26 anos, um dos homenageados do III Festival Internacional de Música Clássica de João Pessoa, faz uma apresentação-solo abrindo os concertos desta quarta-feira (2), às 14h30, no Mosteiro de São Bento, no Centro Histórico. A entrada é gratuita.

O evento, uma realização da Prefeitura de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope) e patrocinado pelo BNDES, tem toda a programação disponível em www.festivaldemusicajoaopessoa.com.br.

Natural de Koblenz, Sul da Alemanha, Klöckner é uma potência revelada em competições internacionais. Faturou prêmios nos concursos da União Europeia de Radiodifusão, em Bratislava, e o Grand Prix Emanuel Feuermann, em Berlim, e reúne passagens-solo pelas Orquestras da Rádio Alemã e Eslovaca, entre outras, com os mais experimentados regentes. Esta é a terceira passagem pelo Brasil do artista, que já rodou por 30 países em 80 concertos.

Neste concerto, ele vai tocar a “Suíte para violoncelo-solo”, obra fruto do período mais prolífico do catalão Gaspar Cassadó, que abrangeu a década de 1920. Composta por três movimentos no estilo dança, a suíte foi dedicada à época a Francesco von Mendelssohn (1901-1972), famoso cellista alemão.

Em seguida, Klöckner se une ao naipe de cordas da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa para, sob a regência do maestro Laércio Sinhorelli Diniz, tocar o “Concerto para violoncelo e orquestra de cordas op. 56 b”, do compositor anglo-franco-israelense Nimrod Borenstein.

Igreja Baptista, 16h – Um quarteto de violoncelos formado por Matias de Oliveira Pinto, Felipe Avellar de Aquino, Teresa Cristina Rodrigues Silva e Vana Bock se encontra para tocar um extenso e variado programa: de “Passacaglia HWV 432”, de Haendel, à ópera “Lohengrin – Feierliches Stück”, de Wagner, que estreou em 1850 sob a regência de Liszt, mais “Pezzo Capriccioso op. 62”, composta por Tchaikovsky em apenas uma semana de 1887, “Cinco miniaturas para quarteto de violoncelos”, de Villani Cortes, “Brejeiro”, de Ernesto Nazareth, “Oblivion”, de Astor Piazzola, “Ponteio”, de Camargo Guarnieri, “Canon”, de Johann Pachelbel, e finalizando com “The Entertainer”, de Scott Joplin, música-tema do filme vencedor do Oscar de 1973, “Um Golpe de Mestre”.

Igreja do Carmo, 18h – Um trio de violino, viola e violoncelo, com Alexander Mandl (Brasil/USA), Emerson de Biaggi (Brasil) e Matias de Oliveira Pinto (Brasil/Alemanha), respectivamente, se reúne ao anoitecer para tocar obras de expoentes máximos de cada época da música: do Classicismo do austríaco Joseph Haydn, com o “Trio para cordas em sol op.53 n°1”, ao “Divertimento a Três”, do compositor, arranjador e pianista gaúcho Radamés Gnattali, um dos mais requisitados da Era de Ouro da rádio, terminando com o “Trio para cordas op. 9 n° 2 em Ré maior”, de Beethoven.

II Festival Internacional de Música Clássica - foto Rafael Passos

II Festival Internacional de Música Clássica – foto Rafael Passos

Embora esta última não esteja entre as mais tocadas obras de Beethoven, representou um marco significativo no seu desenvolvimento como compositor e transição para a era dos quartetos de cordas, que se tornaram o gênero de liderança da música de câmara. Cada trio é feito de quatro movimentos. Na época de sua publicação, o próprio autor contava apenas 28 anos, e considerava estas as suas melhores obras.

Igreja São Francisco, 20h – O concerto de encerramento da quarta apresenta um quinteto de cordas formado pelo holandês Joris Van Rijn e a russa Masha Iakovleva ao violino, pelo holandês Frank Brakkee e o japonês Takehiro Konoe na viola e o alemão Michael Müller ao violoncelo.

 O programa abre com o “Adágio do quinteto para cordas”, de Anton Bruckner. Compositor eminentemente religioso, Bruckner tornou-se mais conhecido pelas sinfonias, missas e motetos que compôs. Mas também enveredou pela música de câmara, tendo escrito quatro peças com esta característica. De Mozart, o “Quinteto para cordas em Ré maior n° 5 K 593” fecha o concerto. A obra, escrita em 1790, é como todos os seus quintetos de cordas, uma “viola quinteto”, na medida em que é marcada para quarteto de cordas e uma viola extra (dois violinos, duas violas e violoncelo). Constitui-se de quatro movimentos padrão, o Larghetto–Allegro, Adagio, Menuetto: Allegretto e Allegro novamente.

Concertos – O Festival segue até o sábado (5), com uma média de quatro concertos diários (23 no total) circulando pelas principais igrejas históricas e um catálogo de bandas, grupos camerísticos e sinfônicos em diferentes formações. Quinze solistas de seis países diferentes (Brasil, EUA, Holanda, Alemanha, Israel e Japão) participam.