Casarão 34 expõe obras do artista pernambucano José de Barros a partir desta quinta-feira (28)

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André Cananéa

 

Pintor, desenhista, gravador e professor do curso de Educação Artística na Universidade Federal da Pernambuco (UFPE), José de Barros (1943-1994) foi um artista que influenciou toda uma geração não só em Pernambuco, mas também no Nordeste em geral.

Para dar o devido crédito a um legado tão importante, foi criada a mostra ‘22 Anos Sem Zé de Barros’, que será aberta nesta quinta-feira (28), às 19h, no Casarão 34, em João Pessoa, com promoção da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) através de sua Fundação Cultural (Funjope).

Inaugurada em novembro do ano passado com o título ’21 Anos Sem Zé de Barros’ na Galeria Janete Costa do Parque Dona Lindu, no Recife, a mostra estava prevista para estrear em João Pessoa em março, mas teve que ser adiada por conta de reparos que precisaram ser feitos na estrutura do Casarão 34 e que só ficaram prontos agora em julho.

Inédita na Paraíba, a exposição chega com cem obras deixadas por José de Barros, mais documentações pessoais do artista, placas de metal que foram utilizadas para produzir gravuras, originais das xilogravuras e depoimentos em vídeo dos artistas que foram contemporâneos do pernambucano, entre outros atrativos.

A exposição foi divida em três blocos: o primeiro apresenta gravuras e litogravuras, incluindo a série ‘Impressões Amazônicas’, na qual o artista explora a paisagem da Amazônia, com desenhos gestuais com referência à natureza.

No segundo estão reunidas as memórias de Barros, como anotações, peças gráficas, esboços e matrizes de gravura em metal ou xilogravura, entre outros itens. O terceiro e último bloco contém pinturas e desenhos em nanquim, boa parte delas, inédita do grande público.

A mostra teve o patrocínio do Fundo de Cultura do Estado de Pernambuco e integra um projeto mais abrangente que prevê a publicação de um livro sobre o legado de José de Barros e ainda a criação de uma fundação, no Recife, para abrigar sua produção, com cerca de 1.500 obras que estão sob os cuidados da família e do artista visual Izidorio Cavalcanti, idealizador do projeto.

Para Izidorio, parte dessas obras se desenvolveu no campo da bidimensionalidade, através de desenhos, gravuras e pinturas. Barros quase sempre expandia os horizontes de liberdade em sua atividade artística, utilizando técnicas mistas, tinta, giz, carvão, sobrepondo camadas, incorporando materiais e suportes (como papelão, eucatex, tecidos etc.) que lhe permitiam experimentar as mais diversas possibilidades.

Maurício Burity, Diretor Executivo da Funjope, ressalta a importância da exposição, enaltecendo o valor da obra e reconhecendo o rico legado de José de Barros. “É uma exposição que aproxima o povo de João Pessoa de uma arte que tem valor, que agrega informação e que forma um entendimento abrangente em torno da arte”, comenta.

A coordenadora da Galeria Casarão 34, Valquiria Farias, comemora o fato de que, pela primeira vez, o público de João Pessoa poderá ver de perto um conjunto significativo de trabalhos – além de objetos pessoais – desse artista pernambucano, “reconhecido e respeitado por gerações de artistas recifenses, especialmente dos anos 1980 e atuantes na cena contemporânea”.

“A principal finalidade desta retrospectiva é difundir e salvaguardar a obra de José de Barros, levando-a ao conhecimento de públicos mais amplos. Portanto, uma oportunidade única para os que aqui desejam conhecer sua contribuição valiosa para arte de Pernambuco e para a arte brasileira”, pontua Valquíria.

 

Serviço:

Exposição ‘22 Anos sem Zé de Barros’

Abertura: Quinta-feira, 28, às 19h.

Visitação: de 29 de julho de 2016 a 14 de setembro de 2016.

Horário: De segunda a sexta, das 8h às 14h.

Local: Casarão 34, Praça Dom Adauto, nº 34, Centro, João Pessoa.

Fone: 83-3218-9708.