Com apoio do Empreender, minimercadistas querem criar cooperativa

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Uma caixa, algumas prateleiras e muita luta. Esse é retrato do minimercado de José Augusto Monteiro, inscrito no Programa Municipal de Apoio aos Pequenos Negócios (Empreender-JP). Há pouco mais de dois anos, ele toca seu negócio, mas tem ‘medo’ da instabilidade do mercado. Por essa razão, sempre teve em mente que a melhor solução era se unir a outros mercadistas de pequeno porte, como ele.

A união faz a força, evitando que os grandes atropelem os pequenos, ressaltou. Reunindo todas as máximas que possam lhe ajudar, José Augusto resolveu se juntar a outros minimercadistas para tentar fortalecer a participação desse segmento no mercado. A primeira reunião contou com a presença de 23 pequenos empresários do setor, que se aliaram a outros 26 interessados em criar uma cooperativa e uma rede de compras.

Mas o que despertou o interesse José Augusto foi a possibilidade de participar de cursos de capacitação em diversas áreas. Os cursos serão ministrados com o apoio do Empreender-JP. Eles vão aprender a gerenciar um pequeno negócio, as noções de atendimento ao público, enfim vão se profissionalizar na área, explicou Rui Ribeiro, diretor de Fomento da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção (Sedesp).

Trabalhando em equipe, os minimercadistas estão tentando fortalecer o segmento através de ações coletivas para combater problemas em comum, como as vendas ´fiado´, a concorrência desleal e falta de capital de giro. Entre os objetivos, ganhar mais poder de compra junto a fornecedores e reduzir custos para, conseqüentemente, baixar os preços.

Alternativas – A primeira estratégia é a realização de compras em conjunto, isto é, fazer com que esses empresários façam suas compras juntos, emitindo uma só nota fiscal e economizando com valores de frete. Em maior número, eles compram mercadorias em grande quantidade e, portanto, com preços mais baixos. A idéia é aproximá-los dos fornecedores e assim conseguir igualar os preços deles com os grandes oferecidos em supermercadistas e obter uma concorrência justa, explicou Raimundo Nunes Pereira.

Preocupado com a concorrência desleal que anda assustando os pequenos comerciantes, em decorrência da presença forte das grandes redes inclusive nas periferias (onde a clientela costumava ser preferencialmente dos micromercadistas), o secretário já planeja, para o futuro, uma ação mais ousada e abrangente que facilitaria a competição: criar uma sub-câmara de minimercados na Associação Comercial da Paraíba. Já estamos conversando com o presidente da Associação Comercial e vamos conseguir, ressaltou Raimundo Nunes.

Para o futuro, a proposta é a criação de uma Central de Negócios. Numa central, todos fariam suas negociações, receberiam a mercadoria num mesmo lugar, podendo negociar com os fornecedores assim como fazem os grandes, argumentou Raimundo Nunes, lembrando que a grande dificuldade da classe está na compra em pequena quantidade, o que prejudica não só o preço, mas, também a forma de entrega, de pagamento e de estocagem.