Coordenadoria LGBT comemora aumento no número de atendimentos do Transcidadania

Por - em 832

Larissa Claro

 

O número de atendimentos do programa Transcidadania JP mais que dobrou no último ano, saltando de 50 para 133. Promovido pela Coordenadoria de Promoção da Cidadania LGBT e da Igualdade Racial da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), o programa tem auxiliado a população trans da Capital com políticas públicas e ações de cidadania, a exemplo do encaminhamento para o mercado formal de trabalho.

Desde o seu lançamento, em abril de 2015, o programa já encaminhou cerca de 20 transexuais para o mercado de trabalho, por meio de parcerias com empresas instaladas na Capital, a exemplo da AeC e da Contax. “Essa ação é importantíssima porque essa população ainda é muito discriminada. É uma exclusão que acontece pela identidade de gênero, pois alguns ainda enxergam a transexualidade como doença”, lamenta o coordenador de Promoção da Cidadania LGBT, Roberto Maia.

O programa também desenvolve inúmeras ações que levam cidadania a população trans, a exemplo de oficinas e palestras com profissionais da rede pública de saúde sobre o atendimento e acolhimento integral de pacientes trans, assim como o acesso a Educação, com a oferta de cursos profissionalizantes.

“Também promovemos a inserção dessa população nos programas sociais e de habitação, a exemplo do ‘Minha Casa, Minha Vida’. Além da parceria do Sine Municipal, que oferece a empregabilidade e cursos profissionalizantes”, completa Roberto.

Levantamento – Um levantamento realizado pela Coordenadoria LGBT revela que as mulheres trans (quem nasce com o órgão reprodutor masculino, mas que pertencem ao gênero feminino) são as mais atendidas pelo programa. Elas representam 51,13% dos atendimentos. O restante é formado pelas travestis (33,83%) e homens trans (15,04%).

Os dados também revelam que 60,9% dessa população está desempregada, 31,5% trabalhando, 6% é formado por aposentados ou beneficiários e 1,5% não respondeu.

Sobre a renda mensal, 53,3% dos pesquisados informaram que não tem qualquer renda mensal, 23,3% recebem até um salário mínimo e apenas 8,2% recebem acima de um salário mínimo. Outros 20 pesquisados (15%) não responderam ao questionamento.

Roberto destaca que muitas transexuais se encontram em situação de vulnerabilidade e de rua. “Fazemos o acolhimento dessa população e encaminhamos para Casas de Acolhida, onde recebem dormida e alimentação até que consigam se inserir nos programas sociais”, destacou.