Coordenadoria LGBT promove caminhada de combate à intolerância religiosa
Para comemorar o Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa, a Coordenadoria Municipal de Promoção à Cidadania LGBT e Igualdade Racial, da Prefeitura de João Pessoa, promoveu nesta terça-feira (21) a ‘I Caminhada de Combate à Intolerância Religiosa’.
Integrantes de várias religiões se concentraram no Parque Sólon de Lucena (Lagoa) e saíram em passeata, pacificamente, até a Praça João Pessoa. Em seguida, o grupo caminhou até o Ponto de Cem Reis, onde houve uma parada para falar sobre a importância da data para uma sociedade mais justa e igualitária. “Se cada pessoa, que tem uma religião, soubesse da importância deste momento e pudesse sair de seus templos para está aqui seria maravilhoso”, disse o assessor especial da Coordenadoria Municipal LGBT, Adeilson Felix.
A presidente da Comissão de Promoção da Igualdade Racial e Diversidade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Paraíba, Laura Berquó, disse que discriminação religiosa ofende a dignidade da pessoa e já fez vítimas em várias partes do mundo. “A discriminação religiosa também está presente em diferentes níveis da vida do ser humano, seja pessoal, interpessoal e institucional”, afirmou.
A liberdade de expressão e culto é hoje assegurada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal. Foi pensando nisto que a PMJP criou a campanha “Discriminação Racial e Religiosa: Diga não!”. A Ouvidoria é um órgão executivo da Secretaria de Transparência Pública (Setransp) que mantém um canal de diálogo direto com o cidadão e o servidor para denúncias, reclamações, sugestões e elogios.
Na opinião do Hare Krsna do Centro Cultural do Castelo Branco, Verdis Donizete, a caminhada é um marco e um avanço para as religiões e cultos de todas as ordens. Mãe Lais de Oxúm, da Casa de Pai Sebastião de Mangabeira, disse que todos gostam de se sentir respeitados e a caminhada chama a atenção para que todos respeitem a crença de cada um.
Importância – O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi criado em 2007. A data marca a passagem da morte da yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. A líder religiosa passou por uma série de complicações após ter sido atacada pelo jornal Folha Universal da Igreja Universal do Reino de Deus, em 1999, vindo a falecer no ano seguinte. Na matéria, a yalorixá foi tratada como “charlatã” e “macumbeira”.
Após o ocorrido, a família da vítima encampou uma luta jurídica em busca de punição para os culpados, obtendo êxitos e enfrentando alguns revezes, como a redução do valor inicialmente fixado para a indenização. O caso se tornou um emblema da luta contra a intolerância religiosa.