Cordel sobre combate à violência contra mulher será lançado na 2ª
A História de uma Rosa é o mais novo trabalho da cordelista e militante do movimento de mulheres Maria Suêldes de Araújo. O lançamento do cordel acontecerá na próxima segunda-feira (10), às 17h30, na Cunhã Coletivo Feminista, localizado na avenida João Machado, 510, Centro da Capital paraibana. O evento encerra a Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres e tem o apoio da Prefeitura de João Pessoa (PMJP).
O cordel conta a história vivida por Rosângela Silva, funcionária pública e ativista do movimento de mulheres do bairro Jardim Veneza. Em junho de 2006, Rosângela foi torturada durante cinco horas pelo seu ex-companheiro, o policial Galdino. Em um momento de distração do agressor, Rosângela conseguiu pegar o revólver e saiu do carro onde acontecia toda violência. A arma já estava engatilhada, o policial deu-lhe uma rasteira e o revólver disparou. O agressor chamou uma viatura da polícia que levou Rosângela, sob a alegação de tentativa de homicídio.
Luta por direitos O caso foi noticiado na mídia e a sociedade se mobilizou em frente do Presídio Feminino Bom Pastor, onde Rosângela ficou presa durante quatro dias. Atualmente, ela intensifica seus trabalhos de enfrentamento à violência, apoiando mulheres para denunciarem e buscarem seus direitos na nova Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha).
É muito difícil relatar os acontecimentos, porque a violência deixa marcas muito fortes. Mas, se com minha história eu ajudo mulheres a sair do ciclo de agressões domésticas, isso me basta e faz valer a pena tornar público, desabafou Rosângela Silva.
Para a autora, a proposta do cordel é trabalhar, através de um instrumento popular, a questão da violência contra a mulher. O cordel chega até as pessoas de uma forma simples, com uma linguagem bem acessível. Os temas que trabalho são sempre os que precisam de mais atenção da sociedade e das autoridades. E o caso de Rosângela é um caso que se tornou público e emblemático, onde se inverteram os papéis e a vítima passou a ser ré, destacou Maria Suêldes.
Na programação do lançamento do cordel está prevista a encenação de peça de teatro que trata do tema da violência contra a mulher e, também, música com a participação de artistas populares.