Cultura popular e forró pé-de-serra marcam o encerramento do São João nos bairros

A noite deste sábado (29) marcou o encerramento do ‘João Pessoa – São João Pra Valer’, evento promovido pela Prefeitura Municipal da Capital (PMJP), através da Fundação Cultural (Funjope), com apoio do Governo Federal, Caixa e Banco do Nordeste, realizado no Ponto de Cem Réis, no Centro da Capital e nos polos localizados nos bairros do Geisel, Novais, Padre Zé, Mangabeira e Tambaú.

Os festejos, que começaram no dia 21 de junho, prestam uma merecida homenagem aos músicos paraibanos Antônio Barros e Cecéu – cuja trajetória artística conta com mais de 700 gravações e 150 clássicos no repertório – e levam diversas quadrilhas juninas e o mais autêntico forró paraibano aos bairros da capital, resgatando a cultura popular, além de valorizar as bandas locais promovendo shows nos palcos principais.

Para os pessoenses como a cabeleireira Jussara Costa, no bairro de Mangabeira o ‘São João pra Valer’ deixou saudades e criou novas expectativas. “Esse ano foi muito bom passar o São João aqui. Por mim, teria mais um mês de festa. Agora que está acabando, o jeito é esperar pelo ano que vem”, ressaltou Jussara.

Até quem já estava acostumado a fazer as malas para aproveitar as festas juninas no interior do Estado se surpreendeu com a estrutura do São João da Capital e resolveu ficar, a exemplo do bancário Eduardo Camilo, de Tambaú. “Todo ano era a mesma coisa: juntávamos os amigos e decidíamos entre Campina e Patos, mas este ano, vimos que tinha tanta festa nos bairros e tantas atrações de peso no Centro, que eu e meus amigos resolvemos ficar em João Pessoa”, disse Eduardo, que completou, “O melhor disso tudo é aproveitar o São João e terminar o mês com o saldo positivo na conta, coisa que não acontecia há quatro anos, desde que começamos a viajar para o interior no São João”.

Comércio aquecido – Os comerciantes também andam rindo a toa, já que o evento nos polos impulsionou as vendas no comercio local de comidas e bebidas. “Minhas vendas aumentaram bastante. O Lucro que tive nessas duas semanas foi o mesmo que consigo lucrar em dois meses”, frisou Lindinalva Gonçalves, dona de uma barraca de batatinha frita e cachorro quente, no Bairro do Padre Zé. Segundo a comerciante, desde a abertura do evento no polo, ela teve que triplicar a compra dos produtos que servem de matéria-prima na confecção dos alimentos, para atender a demanda.

Seja pelo aquecimento da economia ou dos corações pessoenses, o São João pra valer vai deixar saudades naqueles que estavam se acostumando com o zabumba da sanfona e o tilintar do triângulo dos trios pé-de-serra ditando o ritmo; com o bailado festivo e lúdico das quadrilhas e dos casais matutos, ou mesmo da convivência familiar que os festejos nos bairros promoveram, ao agregar vizinhos, amigos e desconhecidos em um mesmo ambiente, todos com a mesma intenção de desfrutar o evento mais representativo da cultura nordestina: as festas juninas.

‘É proibido cochilar’ – Para alegria da aposentada Viridiana Lira, que mora nos arredores da Feirinha de Tambaú, a boa notícia é que no ano que vem tem mais. “Esse ano eu me diverti muito. Dancei forró aqui pertinho de casa, junto dos meus filhos, dos meus netos, dos meus amigos que vieram de São Paulo e estão encantados com João Pessoa. A família inteira já programou o mês de junho de 2014, ninguém aqui vai dormir no ponto. Como diz a música ‘é proibido cochilar’”, finalizou.