Em quatro noites, ‘O Calvário’ é visto por mais de 25 mil espectadores

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Com arquibancadas lotadas, de pé, movida pela magia e a emoção transmitidas durante a encenação, à plateia vibrou e reverenciou o elenco, na última sessão do espetáculo “O Calvário”, neste domingo (31), no Ponto de Cem Réis. “Meu Deus, me arrepiei por inteiro. Muito real, o criador no alto cumprindo o que prometeu”, relatou o agricultor Inácio Rodrigues, ao ver uma das cenas ovacionadas da trama: a ressurreição de Jesus, que aparece voando em meio às nuvens do céu.

Em clima de gratidão, os atores retribuíram o carinho do público e enalteceram a presença da população no Ponto de Cem Réis. “É um misto de orgulho e alegria. Demos o nosso melhor e pela interação popular sentimos que a recíproca foi verdadeira. Lindo ver desde a criança, até o idoso chorar e reviver esta história milenar que marcou a humanidade”, disse com entusiasmo o ator Horieby Ribeiro, que viveu Jesus na crucificação. Ao lado da personagem Maria, vivenciada por Ana Raquel, a dupla confessou que em algumas cenas, o emocional falou mais que o profissional. “Algo mais forte que nós, impossível controlar o sentimento que não sabemos nem traduzir”, concluiu o ator.

Com texto e direção do teatrólogo Roberto Cartaxo, a proposta foi selecionada pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Fundação Cultural (Funjope), que estima que aproximadamente 25 mil pessoas tenham assistido a encenação teatral, nas quatro noites.

Entre os espectadores, deste domingo (31), estava o secretário de Comunicação de João Pessoa, Marcus Alves, que destacou a importância do trabalho da Funjope, na realização do evento religioso. “Chamou minha atenção à quantidade de pessoas que veio até o Ponto de Cem Réis e aqui, interagiu com o elenco. Um espetáculo montado para o povo, que deu a resposta vindo prestigiar. Além deste central, a PMJP também apoiou a Paixão de Cristo nos bairros. E, pretendemos fortalecer este trabalho nas próximas edições”, falou Marcus Alves.

“A meta era ofertar aos pessoenses e turistas, neste feriado de Páscoa, uma opção de lazer, sem fugir do tradicionalismo da época. Pela quantidade de espectadores, alcançamos o objetivo. Agora, é se programar já para o próximo ano”, disse o diretor da Funjope, Maurício Burity.

Encanto – Um show de luz, som e cor, refletindo a efeitos especiais. Em meio à plateia, o que mais se via eram pessoas comentando sobre a qualidade do espetáculo. Desde o cenário, elenco, até a estrutura.

“Como católica, só via a Paixão de Cristo pela televisão. Quando soube que a Prefeitura ia promover, não pensei duas vezes. Saio daqui feliz com a certeza de que Jesus nos ama. Foi tudo perfeito. Através desta encenação divina, vivenciamos momentos de glória”, disse, em lágrimas, a religiosa Elza Almeida.

Já o auxiliar técnico Paulo Cavalcante não perde um ano do espetáculo e revive cada momento como se estivesse acompanhando pela primeira vez. “Não tem explicação. Estar aqui é mais do que especial. É um presente. Melhor do que qualquer ovo de páscoa”, disse.

E, pensar que o espetáculo atrai a atenção de pessoas de todas as idades. Luan Baeta tem 12 anos, mas já tem uma opinião sobre a peça, aliás, o garoto quando viu a equipe de reportagem logo procurou-nos.

“Sou ainda criança, mas quando crescer quero trazer meus filhos aqui, para que aprendam desde cedo, o sentimento de Jesus por nós, que morreu na cruz para nos salvar”, esclareceu Luan Baeta , acompanhado da mãe e da irmã.

O Calvário – Com uma hora e dez minutos de duração, a peça teatral é narrada em flash back.  Quando Pilatos anuncia a sentença da crucificação, começam as lembranças de Cristo – que vão desde as passagens mais trágicas, como a traição de Judas, até as mais felizes, a exemplo do Sermão da Montanha e a última ceia.

“A escolha por alternar passado e presente na história, é para acentuar os momentos mais fortes da caminhada de Jesus, fazendo a platéia refletir sobre o significado de cada uma delas”, esclareceu o diretor.

Elenco – Formada por mais de cem artistas, entre atores, figurantes e bailarinos, a Paixão de Cristo 2013 destacou a dor física e espiritual do crucificado, devido à incompreensão dos homens.

Para dar conta dos dois tempos narrados na peça, atores diferentes assumem o papel do Redentor: Daniel Porpino, com as lembranças do passado de Jesus, e Horieby Ribeiro, que leva o público a crucificação e glória do Cristo.