Escurinho leva ‘Ciranda de Maluco’ para Casa da Pólvora

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Dina Melo

Escurinho -divulgação/RafaelPassos

Escurinho -divulgação/RafaelPassos

O percussionista pernambucano Escurinho retorna ao Centro Cultural Casa da Pólvora, no Varadouro, para entornar o seu caldeirão rítmico de rock, reggae, maracatu e coco no show de encerramento do seu projeto, Ciranda de Maluco, neste sábado (27), às 20h. A apresentação, gratuita, terá participação da cantora Sandra Belê.

O projeto itinerante, que contou com patrocínio do Fundo Municipal de Cultura (FMC), administrado pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), começou na Casa da Pólvora (com participação de Totonho) e rodou pela Estação Cabo Branco (com Esquadrão 38) e Praças do Coqueiral, em Mangabeira (com Seu Pereira e Coletivo 401) e da Paz, nos Bancários (com Toninho Borbo).

Belê vai trazer para o Centro Histórico o espetáculo “A Festa”. “Será um arrasta-pé de qualidade com músicas de mestres, como Luiz Gonzaga, Zé Marcolino, Sivuca, Zé Ramalho e Zé Dantas, além de sambas de Jackson do Pandeiro”, anuncia a cantora. “Desde fevereiro, o Ciranda de Maluco objetivou reunir artistas da cena que estão produzindo – e Sandra é um exemplo”, reconhece o músico.

Escurinho – Pernambucano de Serra Talhada, o compositor, cantor e percussionista Jonas Neto, o Escurinho, tanto atua na frente como atrás dos palcos, compondo trilhas. A formação musical vem do pai, que se apresentava em festas do interior do Nordeste.

Na década de 70, fundou em Catolé do Rocha, junto com Chico César e outros amigos, o grupo musical Ferradura. Uma década depois, já em João Pessoa, participou do Jaguaribe Carne com Paulo Ró e Pedro Osmar. Nesse período, trabalhou como percussionista em várias bandas de baile e gravou discos como convidado.

Foi premiado em 1992 pela bela trilha do espetáculo “Vau da Sarapalha”, adaptação de Guimarães Rosa, no XIII Festival Nacional de Teatro em São Paulo. Três anos depois, montou o show experimental “Labacé”, com parceria do guitarrista Alex Madureira, e saiu em turnê pelo Nordeste.

Em 2003, Escurinho lançou “Malocage”, com boa aceitação de público e crítica, que virou turnê pelo Rio, São Paulo, Espanha, Bélgica, Suíça e Itália, com o parceiro e velho amigo Chico César. Em 2013, lançou o terceiro CD, “O Princípio Básico”.

“Ciranda de Maluco”, o quarto CD, que tem lançamento previsto para julho, com patrocínio do Fundo de Incentivo à Cultura (FIC) Augusto dos Anjos, conta com as parcerias de Lucy Alves, Azeitona do Trombone, Xisto Medeiros e Jr. Espínola. A batida percussiva tão característica deste trabalho é assinada pelo próprio Escurinho, além de Chico Lino e Jairo Gomes.

Sandra Belê – A pequena “Patativa do Cariri”, ao interpretar “Carcará” (João do Vale/José Cândido) ou “Aquarela Nordestina” (Rosil Cavalcanti), se agiganta nos palcos e consegue arrancar elogios de grandes da MPB, como Chico César. Dona de voz marcante, Sandra Belê dispõe do talento e da atitude que compõem uma grande artista. A cabocla, natural da pequena Zabelê, leva a cidade em parte do nome e na expressividade artística.sandra bele. Fotos Nixon Motta

Sandra começou a carreira em 1998. Participou como atriz e cantora na microssérie global “A Pedra do Reino” e aguçou a veia regional no show “Eternamente Luiz” (em homenagem à cantora Marinês, com a Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba). Seu primeiro CD, o “Nordeste Valente” (2004), trouxe canções de João do Vale e Sivuca. O segundo, “Se Incomode Não”, lançado em 2009, apresenta xote, xaxado, arrasta-pé e baião.

O terceiro, “Encarnado Azul” (2011), com músicas de pastoril, foi sucesso de crítica e teve duas de suas músicas na lista das 100 melhores daquele ano.O EP “Prisma” (2013) casa o eletrônico e o regional, como evidente em “Lelê”(Jonathas Pereira Falcão), que ganhou clipe.

Em 2014, apresentou o projeto “Cantando para o Eterno”, um documentário e CD que trazem as inselenças – cantos fúnebres coletados na comunidade do Injeitado, em São João do Tigre, Cariri paraibano – em leitura eletrônica.