Estação Cabo Branco expõe a história, mistérios e belezas da África

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Luiz Carlos Lima

A história, os mistérios e as belezas naturais do continente Africano serão mostrados na exposição ‘Áfricas’, que estará aberta ao público a partir deste sábado (7), na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes. A exposição abre às portas a partir das 16h, no segundo pavimento da Torre Mirante. Para o primeiro dia, contará com quatro apresentações de percussão e danças africanas: Olodumatão, do Quilombo Matão, ‘Tocando a Vida’, da Casa dos Sonhos de Santa e dois grupos do bairro do Cristo, Swing do P e Lar Fabiano do Cristo. A exposição recebe os visitantes até o dia 7 de agosto.

A exposição é resultado de pesquisas e viagens à África do artista Alberto Banal. Desde 2004, o artista tem estreita ligação com a cultura quilombola. A partir de estudos sobre o tema, Alberto Banal viajou à África, onde percorreu seis países: Argélia, Marrocos, Etiópia, Zâmbia, Gana e Senegal. “A cada retorno ao Brasil, voltava com novos conhecimentos a partilhar através de exposições, palestras e seminários”, explicou o artista.

A exposição é dividida em três seções temáticas. A parte biográfica dedicada à linha do tempo do continente, como migração da humanidade para o local, descobrimento, explorações, escravidão, guerras e conflitos. A parte fotográfica traz 305 fotografias de 14 países, resultados da pesquisa do artista. Além de fotos próprias, a exposição conta com fotografias de 36 fotógrafos de vários continentes.

A terceira parte é literária e reúne elementos bibliográficos. Nesta parte há a reunião de 180 livros de 53 autores africanos. Cinco banners explicativos sobre: grupos étnicos linguísticos, línguas oficiais, taxa de alfabetização, escritores lusófonos, escritores francófonos e anglófonos. O artista responsável explica que a idéia de colocar a letra ‘s’ no nome da exposição é para ressaltar a pluralidade de culturas no continente, que resultou na exposição “Áfricas”.

O porquê da África – o artista Alberto Banal explicou que o interesse pelo continente nasceu em 2004. “Foi neste ano que tive meu primeiro contato com um quilombo: uma visita rápida à comunidade quilombola de Pedra d’Água. Foi amor à primeira vista. Daí nasceu o meu interesse em conhecer o mais possível sobre o lugar das “raízes”, a África, cuja existência muitas vezes era ligada mais a fantasias míticas do que a conhecimentos reais”, disse.

Uma viagem a seis países africanos (Argélia, Marrocos, Etiópia, Zâmbia, Gana e Senegal) aprofundou as pesquisas sobre a cultura na África. Assim, o artista já organizou diversas exposições na Paraíba e também na Europa. As primeiras exposições foram organizadas na Universidade Federal de João Pessoa (UFPB) e, a seguir, em várias localidades da Paraíba e da Itália, sempre visando evidenciar a estreita relação entre quilombos e África.

África em números:

  • Um continente;
  • 55 países;
  • Mais de 30 milhões de quilômetros quadrados (20,3 % da área total da terra firme do planeta);
  • Mais de um bilhão e 60 milhões de habitantes (um sétimo da população mundial);
  • Mais de 2.100 grupos étnico lingüísticos;
  • O continente mais rico do mundo: no seu subsolo jaz 1/3 das reservas minerais do planeta;
  • O continente mais pobre do mundo: dos 40 países com o PIB per capita mais baixo do mundo, 31 são africanos.