Evento debaterá políticas públicas dirigidas a mulheres soropositivas
A Prefeitura de João Pessoa (PMJP) realiza neste final de semana o III Encontro do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas, que acontece no Hotel Netuanah, na praia de Cabo Branco. A abertura do evento acontece nesta sexta-feira (5), às 20h, com a discussão sobre a construção de políticas públicas direcionadas às mulheres portadoras do HIV/Aids. Em 2007, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a proporção era de que a cada dois casos da doença registrados em homens, um foi registrado em uma mulher.
O chefe da seção de DST/Aids da secretaria de Saúde do município, Roberto Maia, explicou que o evento pretende promover a integração entre as soropositivas, bem como proporcionar o debate sobre temas relacionados à saúde e cidadania dessas mulheres.
No sábado (6), o encontro começa com uma terapia comunitária, a partir das 8h. No período da tarde, serão discutidas questões sobre a adesão ao tratamento e o acolhimento das mulheres nos serviços de atenção básica de saúde. Já o domingo (7), será dedicado a discussões sobre o Movimento Nacional das Cidadãs Positivas, incluindo o planejamento das ações a serem executadas em 2009 e a eleição das representantes do movimento na Paraíba.
O evento está sendo realizado pela PMJP, em parceria com os movimentos sociais e entidades que lidam com a prevenção ao HIV/Aids e a assistência aos soropositivos. Segundo Roberto Maia, cerca de 60 mulheres devem participar do encontro. Dessas, em média, 40 são da Capital e o restante reside em outras cidades do Estado.
Roberto Maia disse que autoridades em saúde de todo o mundo vêm concentrando esforços para diminuir a quantidade de mulheres infectadas pelo vírus, pois nos últimos anos cresceu o número de pessoas do sexo feminino contaminadas com o HIV. É a chamada feminilização da Aids, fenômeno que vem acontecendo em todo o mundo, ressaltou.
Na Capital paraibana, entre 1985 a 2007 foram notificados 1.037 casos de Aids, sendo 288 identificados em mulheres, o equivalente a 27,8% do total. De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em 1992 para cada 16 homens infectados com o vírus, uma mulher era portadora. Em 2007, a proporção já era de dois casos masculinos para um feminino. Pelo que estamos vendo, a tendência são os casos em mulheres superarem os casos registrados em homens, observou.